person Entrar

Capa

Notíciasarrow_rightarrow_drop_down

Esportesarrow_rightarrow_drop_down

Arte & Agendaarrow_rightarrow_drop_down

Blogsarrow_rightarrow_drop_down

Jornal com Tecnologia

Viva Bemarrow_rightarrow_drop_down

Verão

Especial

Familiares buscam justiça após morte de menino de dois anos em Cidreira

Anthony Chagas de Oliveira morreu ao chegar no Posto de Saúde 24 Horas, e já foi sepultado em Guaíba

Anthony tinha apenas dois anos quando faleceu, na última sexta-feira | Foto: Reprodução / Facebook

O menino Anthony Chagas de Oliveira, 2 anos, foi descrito por uma familiar como “uma criança super calma, que não costumava chorar ou fazer bagunça”. “Era aquela criança que quase não se ouvia a voz dele”, disse ela, preferindo não se identificar. De acordo com a Polícia Civil, Anthony foi levado desacordado e com lesões múltiplas pelo corpo ao Posto de Saúde 24 Horas, em Cidreira, no Litoral Norte, no final da tarde da última sexta-feira, pelo padrasto e pelo pai do padrasto. Após tentativas frustradas de reanimação, o menino morreu no local. A reportagem conversou com ela e outro familiar do menino, que contaram suas versões do fato.

O velório e o sepultamento já ocorreram em Guaíba, na região Metropolitana de Porto Alegre, onde a família morava antes de se mudar para o Litoral. A Brigada Militar foi acionada pela equipe médica logo após a morte, em razão das lesões. Familiares foram intimados a depor na Delegacia de Tramandaí, que investiga o caso. O padrasto, o pai dele, bem como a mãe do menino já prestaram depoimento. O pai de Anthony também foi localizado e deve ser ouvido pela polícia. Nas redes sociais, ele publicou uma foto do filho e escreveu: “Luto eterno”.

“Não tem justificativa o que foi feito com ele. Temos aquele sentimento de justiça. Estamos atrás do que houve, e queremos que os responsáveis sejam punidos”, disse esta familiar. A mãe de Anthony tem também outra filha, de 6 anos de idade, que vive com o pai biológico. “Ela [mãe] não pediu ajuda ao depor sozinha na delegacia”. De acordo com esta parente de Anthony, o namorado atual da mãe do menino “parecia apavorado” quando saiu do depoimento, “passando a mão na cabeça toda hora”.

“O pai do namorado dela apenas dizia que Anthony havia passado mal e justificava os hematomas a tombos de brincadeiras”, afirmou. Ao menos um braço teria sido quebrado e diversos hematomas foram localizados, como no abdômen, pés, rosto e braços. Outra informação dita por esta parente é de que Anthony estaria em uma lancheria no Centro de Cidreira, “bem e sem machucados”, e que haveria câmeras de segurança no estabelecimento.

"Mal súbito" e "fatalidade", diz outro familiar

Depois da morte, o corpo do menino chegou a ser encaminhado a partir do Posto Médico-Legal (PML) de Osório para Porto Alegre para ser analisado. “Só depois voltou para o IML de Osório”, disse ela. A família de Anthony estaria atualmente morando no mesmo terreno em Cidreira. O outro familiar localizado pelo Correio do Povo, e próximo ao padrasto, disse que não gravaria entrevista, mas, por meio de áudio, afirmou que o menino teve “um mal súbito e caiu”. “O Anthony passou mal e foi atendido imediatamente após desacordar. Ele foi muito bem tratado e muito bem socorrido”.

“Tivemos uma perda irreparável, um anjo de 2 aninhos, que era a luz desta casa. E o que estão falando não procede. O Anthony era tratado como um príncipe dentro de casa”, relatou ele, que também compartilhou mensagens de luto. Conforme este segundo familiar, o que ocorreu foi uma “fatalidade”. “É impossível, neste momento, dar qualquer tipo de esclarecimento. Esperamos o laudo da perícia para provar em definitivo que não foi o que estão dizendo. A gente vai passar por isto de cabeça erguida para podermos poder sofrer o nosso luto.”

Oficialmente, a Polícia Civil não se pronuncia a respeito do caso. O delegado Rodrigo Nunes, titular da DP de Tramandaí, afirma que, “para não prejudicar o êxito, irei me pronunciar apenas ao fim das investigações”. “Estamos realizando outras diligências, as quais serão mantidas sob sigilo até a conclusão do inquérito, que deverá ocorrer com a maior brevidade possível”, diz ele.

Felipe Faleiro