Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, denunciado junto a outras seis pelos pelo Ministério Público Federal por associação criminosa no caso de hackeamento de celulares de autoridades, criticou o que chamou de “uma retaliação do governo Bolsonaro”. Na mensagem de quase dois minutos, o profissinal afirma que o procurador da República Wellington Divino de Oliveira, que assina a denúncia, “está usando seu cargo para atacar inimigos políticos”.
Sobre a notícia da denúncia do MPF: é um ataque a liberdade de imprensa, o STF, as conclusões da PF e a democracia brasileira.
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) January 21, 2020
Nos vamos defender uma imprensa livre. Não seremos intimidados pelo abuso do aparato do estado nem pelo governo Bolsonaro. pic.twitter.com/bQ8smWw2sm
“Gostaria de discutir alguns fatos com vocês”, diz, após se apresentar. “Primeiramente, o procurador que levou essa denúncia é o mesmo que tentou criminalizar o Felipe Santa Cruz (presidente da Ordem dos Advogados do Brasil) por criticar Sérgio Moro. Obviamente está usando seu cargo para atacar inimigos políticos”, afirma, ressaltando que a as autoridades não o haviam indiciado durante as diligências sobre crimes cibernéticos.
Greenwald lembra que “a própria Polícia Federal, sob comando do Ministro Moro, fez uma investigação completa e concluiu com clareza que eu não cometi nenhum crime, muito pelo contrário, disse que eu sempre fiz meu trabalho como jornalista com muita cautela, responsabilidade e profissionalismo”. Por fim, o jornalista diz que a medida “é um ataque contra a imprensa livre, contra nossa reportagem, mas também contra a Polícia Federal e o STF, que disse que eu não posso ser investigado, muito menos denunciado pela minha reportagem porque é uma aberração do direito constituição de uma imprensa livre”.
“Nós nunca vamos ser intimidados. Vamos continuar a fazer jornalismo, nosso trabalho e sempre vamos defender uma imprensa livre”, conclui. Minutos mais tarde, o jornalista também compartilhou uma mensagem em forma de nota, onde praticamente reproduz o que havia falado.
Nota do Glenn Greenwald pic.twitter.com/HpUFU7yThs
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) January 21, 2020
O site The Intercept Brasil também se manifestou, com um comunicado compartilhado em suas redes sociais.
Nota do Intercept Brasil: pic.twitter.com/ZbFmj44t6a
— The Intercept Brasil (@TheInterceptBr) January 21, 2020