Após cerca de 17 horas de julgamento, o Tribunal do Júri da Capital condenou o ex-policial militar Alisson Fernando Frizon, de 35 anos, acusado de matar a ex-mulher na frente do filho, que tinha 12 anos na época. A pena foi fixada em 28 anos de prisão, em regime fechado, pela juíza de Direito Cristiane Busatto Zardo, da 4ª Vara do Júri, que presidiu os trabalhos, iniciados na quinta-feira e encerrados na madrugada desta sexta-feira.
A condenação foi por homicídio qualificado por motivo torpe, meio que dificultou a defesa da vítima e por questões de gênero (feminicídio), além da causa de aumento de pena por ter sido cometido na presença do filho da vítima. O réu, preso desde o dia 12 de dezembro de 2018, não poderá recorrer em liberdade, mas cabe recurso.
Durante o julgamento, foram ouvidas 11 testemunhas entre acusação e defesa, além de interrogado o réu. Pelo Ministério Público, atuou o promotor de Justiça, Eugênio Paes Amorim, e, pela defesa, as advogadas Andrea Tavares e Bebiana Deon e o Advogado Jabs Paim Bandeira.
“É mais um feminicídio, um crime muito cruel e o Ministério Público mais uma vez atuou para condenar os réus que respondem por esta espécie de crime bárbaro e, além disso, sempre estará atento e combativo na defesa da vida de todas as mulheres”, afirmou o promotor Eugênio Amorim.
Crime
Conforme denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu por volta das 23h39min, do dia 11 de dezembro de 2018, na avenida Juca Batista, bairro Ipanema, zona Sul de Porto Alegre. A vítima Michele Barbosa Pires, de 35 anos, foi morta a tiros. O motivo do crime teria sido o sentimento de posse e o fato do acusado não aceitar a separação. Na noite do crime, Alisson invadiu o condomínio e dirigiu-se ao apartamento onde a Michele residia na companhia do filho. Ele foi preso em flagrante no dia seguinte.
Correio do Povo