O julgamento de cinco réus pela morte do cacique Antonio Mig Claudino, 57 anos, no ano de 2017, prossegue nesta quarta-feira no Salão do Júri da Comarca Estadual de Passo Fundo. O Tribunal do Júri é presidido desde a terça-feira pela juíza federal substituta Priscilla Pinto de Azevedo, da 3ª Vara Federal de Passo Fundo.
O crime ocorreu no dia 20 de março de 2017, por volta das 19h, em frente a um bar na localidade de Linha Alto Recreio, na Terra Indígena de Serrinha, em Ronda Alta. Os réus, incluindo o mandante, teriam preparado a emboscada, sendo que o atirador chegou de carro e já saiu atirando. A vítima foi alvejada por cinco disparos de arma de fogo, tendo morrido no local. A investigação foi realizada pela Polícia Federal.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, o crime teria sido praticado por vingança, uma vez que um dos acusados, além das desavenças com a liderança, relacionadas com a disputa por terras indígenas, culpava a vítima pelo fato de ter “apoiado” sua prisão preventiva no ano de 2016.
O crime também teria tido motivação financeira, pois a vítima, enquanto cacique, se opunha à invasão de áreas detidas por particulares e reivindicadas pelos indígenas. O acusado tinha, junto com os demais réus, interesse em plantar naquelas terras, o que vinha sendo objeto de oposição pelo cacique Antonio Mig Claudino.
Durante o julgamento pelo Tribunal do Júri serão ouvidas cinco testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal e, na sequência, os réus serão interrogados. Passada esta fase, a sessão plenária seguirá com os debates orais da acusação e das defesas, as quais têm duas horas e meia de tempo cada. Existe a possibilidade ainda da réplica e da tréplica. E por último, a juíza presidente se reunirá com os jurados para votação dos quesitos.
Correio do Povo