Por unanimidade, a 1ª Câmara do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul cessou o andamento da ação penal contra o dentista acusado pelo Ministério Público como responsável pelo desaparecimento do gerente da agência Sicredi de Anta Gorda, Jair Potrich. Na quarta-feira, três desembargadores concederam a ordem de Habeas Corpus (HC) impetrada pela defesa para trancar o evento que tramita na 1ª Vara Criminal de Encantado por entenderem que, "por falta de prova, não há justa causa para que o processo continue".
"Ela não mais existe. Examinando todo o inquérito, toda a prova até agora produzida, se concluiu que meu cliente não pode responsabilizado de forma nenhuma porque resultou, demonstrado através de perícias e testemunhas, que ele não tem nada a ver com o desaparecimento. E, se morte houve, não teria ocorrido no condomínio onde ambos tinham residência", comentou o advogado da defesa advogado de defesa Paulo Olímpio Gomes. "Haveria uma audiência designada para outubro que não mais ocorrerá", explicou.
O Ministério Público poderá recorrer da decisão. "Em tese, é possível, mas a chance de prosperar um recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça quanto à decisão unânime é muito difícil porque envolve exame de prova". De acordo com o MP, "a Procuradoria Criminal está estudando quais as medidas podem ser tomadas".
O caso
O gerente da agência do Sicredi de Anta Gorda, no Vale do Taquari, Jacir Potrich, desapareceu em novembro de 2018. A vítima sumiu da própria casa, por volta das 20h, após uma pescaria. As câmeras de segurança do condomínio onde reside registraram o gerente chegando, sem mostrar a saída dele depois. O automóvel do gerente ficou estacionado na garagem.
Em 23 de janeiro deste ano, o dentista, vizinho da vítima, foi preso temporariamente em seu apartamento em Capão da Canoa por agentes da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa. No dia seguinte, foi solto após um HC concedido pela Justiça, mas voltou a ser preso em abril, de forma preventiva, após novo pedido protocolado pelo promotor de Justiça André Prediger. A detenção também durou pouco. No dia seguinte, foi solto por determinação do Tribunal de Justiça.
Correio do Povo