A Polícia Federal e Receita Federal deflagraram na manhã desta quinta-feira a operação Woodpecker contra o tráfico internacional de drogas no porto de Paranaguá, no Paraná. O alvo é uma organização criminosa responsável por ocultar os carregamentos de cocaína pura em cargas de madeira para exportação.
As equipes da PF e da RF cumpriram sete mandados de prisão temporária e outros nove mandados de busca e apreensão em Paranaguá e Pontal do Paraná, no Paraná, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e em Guarujá, em São Paulo. Houve ainda a decretação de medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras das pessoas físicas e jurídicas.
As investigações revelaram que os integrantes do grupo criminoso eram vinculados a uma empresa que realizava o transporte de contêineres com cargas de madeira até o porto de Paranaguá para serem exportadas. Nessa condição, os suspeitos manipulavam os agendamentos de entrada dos caminhões da empresa no referido porto com a intenção de retardar que os contêineres fossem descarregados. Neste período, os traficantes escondiam a cocaína no interior das cargas de madeira.
O atraso na descarga dos contêineres tinha como finalidade ganhar tempo hábil para concretizar a ação criminosa, sendo levados para locais onde eram abertos, desmontados os paletes de madeira e serradas as tábuas para o preparo dos compartimentos ocultos e acondicionamento da droga. Depois, as tábuas eram novamente arqueadas e os paletes remontados. Concluído o preparo da carga com a droga, o contêiner era transportado até o porto de Paranaguá, sendo embarcado em navios para o exterior.
Ao longo do trabalho investigativo, a Polícia Federal apreendeu mais de 3 toneladas de cocaína em cinco flagrantes. Conforme apuraram os agentes, alguns dos criminosos estavam aplicando os recursos auferidos com tráfico internacional de drogas no setor imobiliário, em especial adquirindo e construindo imóveis para locação, proporcionando rendimentos mensais com aparência lícita.
Correio do Povo