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Operação combate facção que dominou condomínio em Santo Antônio da Patrulha

Houve o cumprimento de 57 ordens judiciais, incluindo Canoas, Nova Santa Rita, Penitenciária Modulada Estadual de Osório e Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas

Efetivos do CRPO Litoral, 8º BPM, 2º BPAT, CPChq e Bope foram mobilizados | Foto: BM / Divulgação / CP

A Brigada Militar e o Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagraram ao amanhecer desta sexta-feira a operação Retomada com o objetivo de expulsar uma facção criminosa que controlava um condomínio residencial popular em Santo Antônio da Patrulha. Cerca de 210 policiais militares, em 41 viaturas da BM, e 22 agentes e dois promotores do MPRS, em 19 veículos do órgão, cumpriram 40 mandados de busca e apreensão e outros 17 mandados de prisão. Um total de 20 prisões foram efetuadas com recolhimento de armas, munições e entorpecentes. 

Onze das ordens judiciais foram executadas no conjunto habitacional, que possui em torno de 240 apartamentos, mas a ação também aconteceu em Canoas e Nova Santa Rita, além da Penitenciária Modulada Estadual de Osório (PMEO) e Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC). O MPRS pediu ainda o bloqueio judicial de 10 apartamentos no condomínio. 

Várias famílias que se viram obrigadas a abandonar seus imóveis pela intranquilidade de residir em uma área com tráfico conflagrado. Além de armazenar drogas em apartamentos próprios e alugados, a facção também obrigava moradores, mediante ameaça, a armazenarem os entorpecentes.

Comando familiar 

A investigação verificou que a facção, comandada por dois irmãos recolhidos na PMEC, trazia a droga de outra cidade, provavelmente de Canoas, e a estocava em residências próximas e em apartamentos dentro do condomínio. A organização criminosa adquiriu ou alugou cerca de 20 apartamentos, utilizados para moradia, fracionamento e armazenamento de drogas.

A venda dos entorpecentes ocorria em frente ao condomínio, em plena luz do dia. Os moradores que não colaborassem com essa prática eram obrigados a deixar o local. Além disso, perpetuava a lei do silêncio, pois os moradores não se sentiam seguros em denunciar os envolvidos com o tráfico de drogas no local, por medo de represálias. Pela Brigada Militar atuaram os efetivos do CRPO Litoral, 8º BPM, 2º BPAT, Comando de Polícia de Choque (CPChq) e Batalhão de Operações Especiais (Bope).

O 8º BPM fomentou a operação Retomada ao ter apresentado, em abril deste ano, um relatório ao MPRS de Santo Antônio da Patrulha sobre o tráfico de entorpecentes no residencial do Programa Minha Casa, Minha Vida. A partir disso, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRS, de Porto Alegre, começou as diligências judiciais que resultaram agora no combate ao tráfico de drogas liderado por um grupo criminoso oriundo de Canoas. Durante as investigações, um total de 16 prisões foram efetuadas, sendo apreendidas cinco armas, centenas de munições, quase três quilos de drogas e dois veículos, incluindo um táxi usado no transporte de entorpecentes, bem como a recuperação de um carro.

Conforme o comandante do 8º BPM, major Fábio Hax Duro, o nome da operação remete ao objetivo de resgatar a tranquilidade de moradia para inúmeras famílias da área. “Realizamos um trabalho intenso com inteligência e ações efetivas, que vêm dando resultados, há quatro meses, para o combate ao tráfico nesse local e a outros crimes associados a ele, promovendo, por consequência, a possibilidade de famílias retomarem uma vida segura no residencial”, declarou o major Hax. Para o comandante do CRPO Litoral, tenente-coronel Ney Humberto Fagundes Medeiros, a atuação conjunta da BM e do MPRS demonstra que “a parceria dos órgãos alcança resultados contundentes no combate à criminalidade”.

Pelo MPRS, a operação foi conduzida pelos promotores de Justiça Camilo Vargas Santana, de Santo Antônio da Patrulha, e João Afonso Silva Beltrame, coordenador do Gaeco. O promotor de Justiça Camilo Vargas Santana lembrou que era de conhecimento público na cidade que uma facção criminosa instalou-se no residencial. “A partir do início das investigações, foi possível confirmar a ocorrência de traficância no local, bem como a presença e a participação neste crime de integrantes de uma facção com origem em Canoas. Além disso, constatou-se a utilização de diversas unidades habitacionais para o tráfico de drogas, com o completo desvirtuamento de sua finalidade social. A ação também atende a reclamo dos moradores do local que se sentem reféns em suas próprias casas", disse.

Por sua vez, o promotor de Justiça João Afonso Silva Beltrame justificou as prisões dizendo que “os requisitos necessários para o decreto de prisão estão presentes, uma vez que a associação dos investigados fomenta o tráfico de drogas na região, podendo inclusive gerar outros delitos autônomos como furtos e roubos praticados por usuários de entorpecentes, a fim de continuar sustendo o vício, gerando, assim, um grave abalo à ordem pública local”. Para ele, “a adoção dessa medida extrema é a única forma de desarticular a associação criminosa desvelada e garantir o bom andamento da marcha processual”.

Foto: BM / Divulgação / CP

BM / Divulgação / CP

Correio do Povo