A operação Senectus foi desencadeada na manhã desta terça-feira pela Polícia Civil em Porto Alegre e Santa Maria. Houve o cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão em instituições de longa permanência e residências nas duas cidades. O objetivo da mobilização foi a prevenção e combate à violência contra a pessoa idosa, especialmente em situação de institucionalização.
Na Capital, a equipe da delegada Cristiane Ramos Pires, da Delegacia de Polícia de Proteção ao Idoso, executou as ordens judiciais Ela observou que 11 dos 13 locais não apresentaram problemas. “Em uma instituição no bairro Ipanema, houve a prisão em flagrante da proprietária por cárcere privado”, revelou. A detenção ocorreu diante da descoberta de uma idosa amarrada em uma cadeira de rodas. Havia ainda medicamentos fora do prazo de validade.
"A mesma proprietária tem uma instituição no bairro Hípica. Lá verificamos uma irregularidade administrativa importante, pois tem a placa de residencial geriátrico, mas na verdade funciona de maneira clandestina como clínica psiquiátrica. Lá tinham vários pacientes psiquiátricos acamados e alguns idosos", afirmou. A Secretaria Municipal da Saúde foi acionada e poderá determinar a interdição de ambos os locais e transferência dos idosos. A ação na Capital abrangeu 263 idosos residentes.
Em Santa Maria, a ação é conduzida pela delegada Débora Dias, da Delegacia de Polícia de Proteção ao Idoso e Intolerância, com sete ordens judiciais em instituições.
Os policiais civis verificaram as condições de vida dos residentes, colhendo indícios de crimes, como maus tratos, abandono e falta de atendimento de saúde e nutricional, entre outros. Questões envolvendo crimes financeiros, como retenção de cartão de aposentadoria, também foram apuradas
De acordo com os agentes, as visitas de familiares foram reduzidas de modo significativo em razão da pandemia da Covid-19 e das medidas de distanciamento social. Após longos períodos sem acesso aos idosos, inúmeras pessoas procuraram a Polícia Civil por serem surpreendidas com a debilidade de saúde de seus familiares, denunciando situações de maus tratos e negligência.
Correio do Povo