Chamada de Operação Liber Parter, a ação é comandada pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria-Geral da União (CGU). Cerca de 40 policiais federais e seis servidores da CGU cumprem na manhã desta quarta-feira nove mandados de busca e apreensão e três de condução coercitiva nas cidades de Bento Gonçalves, Farroupilha, Esteio e Vacaria.
A investigação apurou indícios de fraude em licitações para compra de matéria-prima e sobrepreço na aquisição de uvas, com indicativo de que alguns fornecedores sejam vinculados a dois servidores da Embrapa Uva e Vinhos. Cinco obras de engenharia executadas também são apontadas pela CGU como superfaturadas, com prejuízos que ultrapassam R$ 700 mil.
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Conforme a PF, a deflagração da Operação Liber Pater tem como objetivo a apreensão de documentos que esclareçam e confirmem os indícios já obtidos até o momento, além da possibilidade de trazer fatos novos à apuração. Os crimes investigados são fraude à licitação, formação de quadrilha, peculato e falsidade ideológica.
Além da apuração no âmbito criminal, o Ministério Público Federal de Bento Gonçalves conduz inquérito civil para a apuração de eventual cometimento de atos de improbidade administrativa por parte dos empregados públicos envolvidos.
O nome da operação faz referência a Liber Pater, o deus romano da viticultura, cultuado antes mesmo do deus Baco, ligado ao vinho. A Embrapa divulgou breve nota sobre o ocorrido:
"A Embrapa foi informada hoje cedo de uma ação da Polícia Federal em sua unidade Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS). Desde então, os dirigentes da Empresa estão acompanhando o desenvolvimento da operação e dando amplo acesso e apoio às investigações".
Correio do Povo