Os alvos da operação são identificados através de denúncias ou de suspeita da CEEE, que trabalha em conjunto com a Polícia Civil. Há estabelecimentos identificados pela concessionária que, pelo tamanho, consomem muito pouco e há pontos descobertos através de um software que identifica quedas abruptas no consumo de energia.
Grande parte dos alvos da operação são academias de ginástica. Conforme a CEEE, somente no último mês foram sete flagrantes nesse tipo de estabelecimento. O delegado Alexandre Luiz Fleck, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), explica por que as academias cometem o crime:
“As pessoas não estão afim de pagar muito para fazer academia. Então, as academias colocam o preço lá embaixo para tentar concorrer. Mas para colocar split e esteira elétrica, que consomem muita luz… A maioria das empresas não consegue sobreviver pagando a luz. Redes grandes fazem ofertas melhores, e as menores querem competir no mercado, mas o custo da luz é o principal gasto, podendo chegar a R$ 8 mil por mês”, relata.
Prisão no bairro Floresta nesta segunda
Nesta segunda-feira, em mais uma etapa da operação, um homem foi preso em flagrante em uma academia na avenida Cristóvão Colombo, no bairro Floresta, e encaminhado ao Presídio Central. Dos dois andares, um – o segundo – era totalmente abastecido de forma clandestina, sem relógio medidor, com ligação direta na rede, de maneira que toda a energia consumida era furtada da concessionária. O local possuía nove splits, seis chuveiros elétricos e dez esteiras elétricas.
A prática do crime gera instabilidade na rede elétrica, além de ser perigosa. O crime de furto qualificado rende pena de dois a oito anos de reclusão. Se forem somadas as prisões por furto fora da Operação Blecaute, o número chega a 28.
Bibiana Dihl / Rádio Guaíba