Já a assessoria de imprensa da administração da Igreja Católica no Estado informou que o padre não trabalha na cidade há mais de cinco anos e foi um dos grandes idealizadores do Natal Luz. Ele é hoje capelão militar do Exército em Caxias do Sul. A igreja desconhece o suposto envolvimento do religioso com o desvio de recursos.
Ação contra o prefeito
Pela manhã, os promotores responsáveis pela investigação se reuniram com o procurador de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, o subprocurador para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles, e o vice-presidente da Associação do Ministério Público, Sérgio Harris.
O grupo definiu que vai aguardar a manifestação do Judiciário para decidir se entra com uma nova ação contra o prefeito de Gramado, que publicou portaria nomeando os três promotores para realizarem o Natal Luz em 2011. “Ele se valeu de um cargo público e de um procedimento formal para fins pessoais”, disse o promotor Antônio Képes, entendendo que o chefe do executivo cometeu improbidade administrativa.
Ameaças contra produtores
O MP também pode apresentar uma representação contra uma produtora cultural que, em interceptações telefônicas, sugere a morte de um dos promotores que investigou o Natal Luz. Segundo o promotor Képes, as ameaças se repetiram após a divulgação pela imprensa das primeiras escutas.
Na semana passada, 34 pessoas, incluindo o atual prefeito, Nestor Tissot, e o ex-prefeito Pedro Bertolucci, foram denunciadas pelo MP. O órgão recolhe indícios de supostas irregularidades na prestação de contas do Natal Luz. Segundo a investigação, entre 2007 e 2010 mais de R$ 7 milhões podem ter sido desviados.
Samuel Vettori / Rádio Guaíba