Policiais civis da Delegacia de Desaparecidos prenderam quatro suspeitos pelo sequestro e desaparecimento de um casal de namorados na zona Sul de Porto Alegre. A chamada Operação Decessio, desencadeada nesta terça-feira, ocorre quase um ano após o crime. A mulher arrebatada foi encontrada viva. O companheiro dela foi executado e teve a identidade revelada pelo IGP.
A ação contou com o apoio da Brigada Militar. Foram cumpridas uma ordem de prisão preventiva e sete de prisão temporária, além de 31 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Porto Alegre, Gravataí, Alvorada e Tapes.
O casal desapareceu em dezembro do ano passado na Vila Cruzeiro do Sul. Ao longo de 11 meses de investigações, os policiais descobriram que a mulher desaparecida estava viva, mas escondida com medo de represálias de uma facção. Quando foi sequestrada junto ao namorado, ela foi torturada e ameaçada de morte caso procurasse as autoridades. O companheiro dela foi morto e teve o corpo ocultado.
Durante as diligências, foi encontrada uma ossada humana que poderia ser da vítima. Após a realização de exame de DNA, foi confirmado que se tratava do homem sequestrado. A suspeita é que o casal pertencia a uma facção. O sequestro teria ocorrido porque as vítimas estavam vendendo drogas em áreas dominadas por uma organização criminosa rival.
Entre os presos na operação está um traficante conhecido como Faeco. Ele é apontado como uma das lideranças de uma facção com base no Vale do Sinos. Foragido desde julho, ele responde por homicídios ocorridos desde 2002. O criminoso é apontado como mandante do sequestro do casal na Vila Cruzeiro.
"Após um trabalho investigativo intenso, com a realização de várias perícias e a representação por medidas cautelares, conseguimos a decretação da prisão preventiva do mandante e a decretação das prisões temporárias dos executores do homicídio qualificado. Os desaparecimentos podem esconder homicídios, por isso o crime organizado quando estiver envolvido deve ser responsabilizado", afirmou o delegado Thiago Lacerda, que comandou as investigações.
Marcel Horowitz