As investigações sobre o ataque da quadrilha ao Banco do Brasil de Criciúma, em Santa Catarina, ocorrido entre a noite do dia 1º e madrugada do dia 2 deste mês, avançaram nesta semana. Na quarta-feira, a Polícia Federal realizou uma operação no Ceará. O alvo foi uma residência localizada na cidade de Aracati. A ação teve a participação da Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado, coordenada pela própria PF, e da Polícia Militar do Ceará.
Há suspeita de que o imóvel seja de um dos 14 presos até o momento por envolvimento no assalto em Santa Catarina. Houve o recolhimento no local de sete telefones celulares, dois notebooks e documentos que serão agora analisados em buscas de pistas que auxiliem no esclarecimento do caso e responsabilização criminal dos envolvidos.
Já na Região Metropolitana de Porto Alegre, o Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul esteve na quarta-feira coletando objetos e material genético em um galpão que pode ter sido usado pela quadrilha. A cidade onde fica o local não foi revelada pelo IGP.
SANTA CATARINA
Em uma entrevista coletiva à imprensa, o governador catarinense Carlos Moisés reafirmou que o ataque não retrata a realidade da segurança pública em SC e que as forças de segurança seguem empenhadas no trabalho de investigação. Ele também manifestou solidariedade aos familiares e ao soldado do 9º Batalhão de Polícia Militar, Jeferson Luiz Esmeraldino, 32 anos, ferido gravemente em confronto com os criminosos.
“As forças de segurança e as instituições irmãs estão unidas e empenhadas em força máxima para elucidar este crime que não combina com a situação de segurança de Santa Catarina. Quero enaltecer o trabalho de homens e mulheres que estão se dedicando nesta missão”, frisou.
O trabalho investigativo entra agora em uma etapa minuciosa para reunir e apurar informações e responsabilizar criminalmente todos os envolvidos. “É como montar um grande quebra-cabeças, temos algumas peças que nos levarão a outras peças e assim, sucessivamente, até que a montagem esteja concluída. Esse trabalho muitas vezes tem que ser até sigiloso para não atrapalhar o andamento das investigações”, explicou o delegado Anselmo Cruz, titular da delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil.
Anselmo Cruz destacou o trabalho integrado das forças de segurança estaduais e federais. “A união de esforços em capacidade máxima operacional e de inteligência foi extraordinária e vai continuar. Tudo o que for produzido estará no inquérito policial que vai apontar a autoria de todos os criminosos envolvidos na ação violenta ocorrida em Criciúma”, observou.
Já o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Dionei Tonet, lembrou que, em um primeiro momento, a PM atuou focada na preservação da vida. “Depois, fizemos o aporte de efetivo, material e equipamentos na região Sul, onde iniciamos um trabalho de inteligência e prevenção, garantindo que a comunidade não fosse afetada por nenhuma outra lesão. Cuidamos das pessoas e levamos informações centralizadas, reforçando o trabalho integrado com outros órgãos”, explicou.
No ataque foram roubados em torno de R$ 80 milhões do cofre da tesouraria do Banco do Brasil de Criciúma, segundo declarações do próprio delegado Anselmo Cruz no último domingo. Pouco mais de R$ 1 milhão foi recuperado, sendo que R$ 810 mil em cédulas de reais que ficaram espalhadas no entorno da agência bancária atacada e ainda R$ 300 mil encontrados dentro de um malote caído no chão.
Correio do Povo