Ela contou que seu filho havia sido molestado pelo professor da disciplina de Libras, no mês de abril, após participar de uma festa de aniversário de outro colega. A Delegada de Polícia, Elaine Maria da Silva, afirma que após iniciar a investigação, apurou que outros 2 alunos adolescentes e deficientes auditivos também dizem ter sido vitimas do professor, que assim como eles é surdo.
A Promotoria Especial de Educação, através da promotora Rosangela Corrêa da Rosa, acompanha o caso desde junho. Na primeira audiência realizada, foi solicitado acompanhamento psicológico dos 3 estudantes e o afastamento do professor.
O coordenador regional da 14ª CRE, Adelino Seibt diz que o docente de Libras está afastado das atividades na escola estadual durante todo o período de investigação do inquérito policial. O professor, no entanto, é concursado do município de Santo Ângelo desde 2005. Conforme o Secretário de Educação, Délcio Freitas, ele continua desempenhando normalmente suas atividades, pois até o momento nenhuma reclamação que desabone sua conduta foi registrada.
A mãe de uma das vítimas diz que o professor chegou a praticar abuso sexual dentro da própria escola, obrigando os alunos a assistirem filmes pornográficos. “Tudo isso é alvo de investigação. Como o processo correrá em segredo de justiça, não tenho como confirmar esses fatos”, salientou a delegada de Proteção à Criança e ao Adolescente, Elaine da Silva. "Ela confirmou que tinha dificuldades para encontrar um profissional com domínio na língua de sinais e completamente isento com as partes envolvidas para pegar os depoimentos."
“Os demais professores especializados existentes no município possuem relações com o professor ou com os alunos, o que dificulta a lisura da investigação”, comenta a delegada. Elaine afirma que já possui um especialista em libras de uma cidade da região e, que na semana que vem, irá tomar o depoimento do professor e também dos três estudantes.
Paulo Renato Ziembowicz/Correio do Povo