O Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul comemora o Dia Nacional da Ciência, neste 8 de julho, com a notícia de que novamente ficou em primeiro lugar no ranking de matches, termo usado quando o perfil armazenado é compatível com o material doado por familiares. A posição consta do último balanço do Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), divulgado em 15 de junho passado. Houve 28 identificações humanas proporcionadas pelo trabalho do laboratório do IGP/RS.
No total, a instituição gaúcha inseriu 775 perfis, entre material genético de ossadas não identificadas, de familiares à procura de desaparecidos e de pessoas de identidade desconhecida. Quando considerado o número total de perfis genéticos inseridos no BNPG, incluindo dados de condenados que cumprem pena no sistema penitenciário e dos vestígios criminais encontrados em cenas de crime, o IGP/RS é o terceiro mais bem colocado no ranking nacional de inserções, com 5.658 perfis armazenados.
O BNPG é uma estrutura ligada ao Ministério da Segurança Pública, que coordena a quantidade de perfis inseridos e de matches. A cada seis meses são divulgados os dados coletados em todo o país. Em segundo lugar ficou Santa Catarina, com sete casos. Além de possibilitar a identificação de cadáveres e a solução de casos de desaparecimento para as famílias, o BNPG também é uma importante ferramenta de combate ao crime. O DNA armazenado pode ser comparado com amostras colhidas em locais de crime ou junto às vítimas, fornecendo a prova pericial necessária para incriminar ou inocentar um acusado.
Desde 2011, o IGP/RS possui um banco de perfis genéticos que armazena o perfil genético de todos os corpos e ossadas que chegam ao Departamento Médico-Legal e que não são identificados ou reclamados por familiares. Essas amostras são confrontadas toda a vez que um familiar de desaparecido fornece material biológico para comparação.
Semanalmente, os perfis genéticos armazenados são também incluídos no BNPG, permitindo que a busca por pessoas desaparecidas ocorra a nível nacional. Para a diretora-geral do IGP/RS, Heloisa Kuser, o trabalho desenvolvido é fundamental para sociedade gaúcha. “Aquela ciência e tecnologia que até pouco tempo só se via em filmes e seriados já está em uso no IGP, que tem se destacado no cenário nacional na produção dos mais complexos tipos de provas”, afirmou.
Correio do Povo