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Verão

Especial

Promotoria apresenta áudios que apontariam difícil relação de Leandro Boldrini com Bernardo

Além do réu, serão ouvidas dez testemunhas nesta segunda-feira

| Foto: TJRS / Reprodução / CP

A Promotoria apresentou áudios no primeiro bloco do julgamento de Leandro Boldrini, em Três Passos, acusado de ser o mentor intelectual na morte do filho Bernardo Boldrini. Os registros, conforme a acusação, mostrariam a difícil relação do pai com o menino. 

Em uma conversa telefônica com Boldrini, em 2014, a madrinha de Bernardo, Clarissa Oliveira, que morava em Santa Maria, questiona o pai sobre o "calhamaço" de remédios que o afilhado passou a tomar. O médico responde que era para amainar o lado "agressivo" do menino. Clarissa se considerava a "segunda mãe" de Bernardo, amiga de Odilaine, mãe do menino. Ela diz, na ligação, não acreditar que o médico tenha participação no crime. Mas questiona por que não foi procurada quando a criança estava desaparecida. Ela sugere ficar com a guarda dele.

Na conversa de Clarissa com Leandro, obtida pela investigação e apresentada pelo Ministério Público (MP) durante o júri, a madrinha questiona sobre a ida de Graciele a Frederico Westphalen. Foi em uma cova na cidade vizinha de Três Passos que Bernardo foi enterrado. Na mesma ligação, Clarissa, ao relatar a Leandro uma situação que mostrava um Bernardo de temperamento difícil, diz ter percebido uma carência afetiva do menino. O médico diz que a criança, às vezes, parecia um "bichinho sem raciocínio".

Leandro relata à Clarissa, no telefonema, que Bernardo parecia ter "surtos psicóticos" e que se a criança fosse um animal, o caso era "amarrar" devido às crises que o menino tinha. Boldrini explica, na conversa com Clarissa, em 2014, que a calma dele em relação ao sumiço do filho é por conta de sua personalidade. "Não sou desses de sair na rua gritando 'socorro'", argumenta o médico.

Durante o julgamento, a defesa de Boldrini é enfática ao garantir o não envolvimento do médico na morte do filho. "A condenação de Leandro, em 2019, foi um dos piores erros da Justiça gaúcha", afirmou ao Correio do Povo, o advogado Ezequiel Vetoretti.

Além do réu, serão ouvidas dez testemunhas (quatro arroladas somente pelo MP, uma por ambas as partes e outras cinco apenas pela defesa). Após, o interrogatório de Leandro e os debates. MPRS e defesa terão 1 hora e 30min cada. Réplica e tréplica, se houver, 1 hora cada.

Após um intervalo, a sessão do julgamento está prevista para ser retomada às 14h10min. 

*Com informações do repórter Christian Bueller

Correio do Povo*