A Polícia Civil abriu, nesta terça-feira, inquérito sobre a divulgação de montagens envolvendo alunas de um tradicional colégio particular na zona Norte de Porto Alegre. O prazo de conclusão é de 30 dias. Até o momento, foram identificados seis suspeitos e 16 vítimas. Todos os envolvidos são menores de idade e estudam na instituição.
Segundo a investigação, alunas do 9º ano foram alvo de imagens falsas em que surgiam nuas. A suspeita é que fotos delas foram utilizadas para criar adulterações, feitas através de inteligência artificial.
Na segunda-feira, próximo às 11h45min, soldados do 11º BPM foram até a escola e encaminharam os envolvidos à Delegacia de Pronto Atendimento da Divisão Especial da Criança e do Adolescente.
A reportagem tenta contato com o colégio em que os fatos ocorreram. O espaço permanece aberto.
Os suspeitos vão ter os celulares analisados na investigação, que é coordenada pela 3º DP de Proteção à Criança e ao Adolescente. Eles podem responder de acordo com o artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente.
A lei tipifica como crime simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual. A pena é de um a três anos de reclusão, com multa.
Rio de Janeiro
O caso tem semelhanças com o ocorrido no Rio de Janeiro, também em duas escolas particulares, em novembro do ano passado. Na ocasião, 14 alunos do colégio Santo Agostinho e dois, do colégio Eleva Barra da Tijuca, na zona Oeste da capital carioca, tiveram celulares e computadores apreendidos. As buscas ocorreram na casa dos investigados.
Todos são estudantes investigados no RJ cursam o 7º e 9º ano. Pelo menos 20 meninas foram expostas. O caso foi levado à polícia carioca por pais das estudantes, após o compartilhamento das imagens adulteradas em grupos de aplicativo.
Marcel Horowitz