Segundo o delegado Rafael Sauthier, em julho, a operação Ferrabraz apurou denúncias de maus tratos e cárcere privado em clínica terapêutica destinada a reabilitação para dependentes químicos. “Na ocasião, foi verificado que diversas pessoas que estavam internadas estariam contra sua vontade e/ou sem determinação judicial. Também não foi encontrado um médico responsável pelos cerca de 40 internos no local, o que é necessário para acompanhamento dos dependentes químicos. O último médico que passou pela clínica faleceu em 2016”, relatou o delegado. Na ocasião, 12 pessoas foram presas em flagrante por cárcere privado, maus tratos, tortura, entre outros crimes. Foram presos dez funcionários da clínica, o coordenador terapêutico da clínica e sua irmã, presidente da comunidade.
As diligências da Polícia Civil continuaram para apurar as infrações vislumbradas na referida clínica, mesmo após a concessão da liberdade provisória para os 12 indivíduos. Segundo o delegado, o coordenador da clínica e um monitor passaram a ameaçar e coagir testemunhas, obstruindo a investigação policial, “o que motivou a representação pela prisão preventiva dos mesmos”, segundo o delegado.
Desta forma, um novo mandado de busca na clínica e dois mandados de prisão preventiva foram cumpridos ontem. “Na ocasião, o coordenador terapêutico, funcionários e um interno, que sofre de transtornos mentais, foram encontrados com malas prontas. Segundo apurado, eles estariam indo embora para o Estado de Santa Catarina, onde seria aberta uma nova clínica terapêutica”, explicou Sauthier.
Duranta a ação de terça-feira, a Polícia Civil foi acionada devido a um corpo queimado encontrado dentro de um carro em uma zona erma de Sapiranga. Com a vítima, foi encontrada a identidade de um homem, de 44 anos, que era funcionário da clínica investigada e que estava desaparecido desde sábado. A perícia foi acionada e irá confirmar a identificação do corpo e se a vítima foi queimada ainda viva”, concluiu o delegado. A Polícia Civil vai apurar as circunstâncias da morte bem como os possíveis suspeitos da prática do fato.
Correio do Povo