Uma estudante de Gravataí de 18 anos, que não quis se identificar, foi pisoteada logo no início da confusão. “Fiquei machucada nas costas e no pescoço”, contou. Ela tirou os sapatos dela e da amiga Jéssica de Oliveira, 23, e a arrastou para o banheiro. Depois que tudo se acalmou, ambas foram encaminhadas para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), assim como outras dez pessoas. Jéssica recebeu atendimento médico, enquanto a amiga aguardava na recepção até o meio da manhã.
“Todo mundo foi lá se divertir e acabou nisso”, disse um dos jovens que esteve na boate. A namorada dele, de 22 anos, foi atingida por três tiros no braço esquerdo, sendo dois de raspão. Ela confirmou a versão de que os frequentadores pensaram que o barulho dos disparos era da música que tocava no momento do tiroteio. O fato atrasou a reação de muitas pessoas. “Eu fiquei de pé e o dono da boate me empurrou para o chão. Tentou me proteger”, relatou uma das vítimas. “Tava todo mundo dançando e curtindo, não dava para entender direito. Eu tinha bebido”, destacou outra pessoa, comparando o caso com a tragédia na boate Kiss, onde morreram mais de 200 pessoas. “Foi um pesadelo”, continuou.
As jovens que estiveram na boate disseram que normalmente há revista, mas ela não costuma ser rígida. “Como eu era amiga da segurança, ela não me revistou. Estavam falando que uma mulher entrou com uma bolsa cheia de armas”, ressaltou uma das testemunhas.
O advogado Carlos Freitas que trabalha para o dono da boate, Cláudio Gallioto, informou nesta segunda-feira que vai aguardar o trabalho de investigação da Polícia Civil para tomar as medidas cabíveis e também se pronunciar. A Stuttgart não tem o Alvará de Localização e Funcionamento da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Smic) e funciona amparada por uma liminar da Justiça.
Morre uma das vítimas de tiroteio
Uma das vítimas do tiroteio na Stuttgart não resistiu aos ferimentos de arma de fogo enquanto aguardava um leito Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Pronto Socorro (HPS), em Porto Alegre. Tiago Querubim Silveira, de 19 anos, morreu no final da manhã desta segunda-feira no bloco cirúrgico.
Karina Reif