Quando atender o telefone, não diga alô. Diga Alô, Temer. #FaleComOPresidente pic.twitter.com/pkOhmsIBki
— Michel Temer (@MichelTemer) 17 de outubro de 2017
Apesar da brincadeira e da hashtag #FalecomOpresidente, a assessoria de imprensa do Planalto confirmou que o presidente já mudou o número de sua linha. A divulgação dos vídeos da delação de Funaro, disponibilizados no portal da Câmara dos Deputados no fim de setembro, levou a um bate-boca público entre o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o advogado do presidente, Eduardo Carnelós, durante o fim de semana.
Durante o fim de semana, Temer passou a elaborar o que, segundo interlocutores seria um artigo, mas virou uma carta aos parlamentares na qual o presidente se diz vítima de uma conspiração para lhe tirar a cadeira presidencial.
No documento, Temer diz que "tem sido vítima de torpezas e vilezas que pouco a pouco, e agora até mais rapidamente, têm vindo à luz". "Jamais poderia acreditar que houvesse uma conspiração para me derrubar da Presidência da República. Mas os fatos me convenceram. E são incontestáveis", diz o presidente, citando o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, o empresário e delator Joesley Batista, o ex-procurador Marcelo Miller e o advogado Willer Tomaz. "Tudo combinado, tudo ajustado, tudo acertado, com o objetivo de livrar-se de qualquer penalidade e derrubar o presidente da República", afirma Temer.
Embora afirme que a carta é também um "desabafo", com críticas dirigidas a Janot e aos delatores Joesley Batista e Lúcio Funaro, a acusação de conspiração ocorre em meio a uma crise com Maia, que é o substituto do presidente em caso de afastamento.
De acordo com interlocutores do Planalto, a carta de Temer, na prática, tem como alvo também o Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por enviar para a Câmara os áudios da delação de Funaro, que estariam sob sigilo.
AE