person Entrar

Capa

Notíciasarrow_rightarrow_drop_down

Esportesarrow_rightarrow_drop_down

Arte & Agendaarrow_rightarrow_drop_down

Blogsarrow_rightarrow_drop_down

Jornal com Tecnologia

Viva Bemarrow_rightarrow_drop_down

Verão

Especial

Barroso diz que Poder Judiciário não tem instrumentos para barrar fake news

Ministro afirmou que já se reuniu com representantes das empresas que mantêm as mídias sociais mais utilizadas no País

Ele diss que percebeu uma "disposição muito grande" de colaboração no combate à disseminação de notícias falsas | Foto: Nelson Jr./SCO/STF/CP

O Poder Judiciário não tem instrumentos para barrar fake news, mas as empresas que exploram as redes sociais mudaram de posição recentemente e passaram a colaborar no combate ao fenômeno, segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. "Não se deve cultivar a ilusão de que pela via do Judiciário você consiga paralisar fake news", disse Barroso em entrevista ao programa Canal Livre, da Band TV, exibida no início da madrugada desta segunda-feira.

O ministro afirmou que já se reuniu com representantes das empresas que mantêm as mídias sociais mais utilizadas no País – Facebook (que também controla o WhatsApp e o Instagram), Twitter e Google – e percebeu uma "disposição muito grande" de colaboração no combate à disseminação de notícias falsas e campanhas de desinformação. "Isso é uma mudança de comportamento importante, porque até há pouco tempo elas rejeitavam qualquer colaboração nessa matéria sob o fundamento de que não queriam atuar como uma censura privada. Mas a verdade é que passaram a ter um comprometimento de imagem, porque associadas à degeneração da democracia. E a verdade é que elas mudaram de conduta", disse Barroso.

Para o ministro, "a questão das notícias fraudulentas, das campanhas de desinformação, das campanhas de ódio são o novo perigo da democracia", e é preciso enfrentá-la "sem que isso importe em censura prévia". Em algumas situações, de acordo com Barroso, o Poder Judiciário e a polícia podem contribuir no combate ao fenômeno, mas há três motivos, segundo o ministro, que tornam o processo ineficaz: a dificuldade em caracterizar o que é fake news, a falta de agilidade do sistema e o fato de que muitas vezes o material fraudulento é gerado ou publicado fora do Brasil. "Portanto, a nossa principal opção de combate às fake news se dá pela via das próprias plataformas eletrônicas, das próprias mídias sociais."

O combate às fake news, segundo Barroso, deve se concentrar no monitoramento de perfis falsos, contas fraudulentas, robôs e impulsionamentos artificiais de conteúdo. "O que nós precisamos enfrentar são essas estruturas hierarquizadas que dão comandos para disseminação de notícias fraudulentas, com comportamentos concertados e financiados para destruir reputações e instituições", disse o ministro. "A verdade não tem dono, mas a mentira deliberada tem, e essa precisa ser combatida."

AE