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Verão

Especial

Biden se concentra na transição enquanto Trump ignora derrota nos EUA

Presidente eleito prioriza combate à Covid-19, clima e reconciliação de um país dividido

Democrata avalia composição da equipe de governo | Foto: Joe Raedle / AFP / CP

Depois de comemorar sua vitória sobre Donald Trump, Joe Biden se concentrou nos preparativos para sua chegada à Casa Branca neste domingo com duas prioridades: o combate à pandemia de Covid-19 e a reconciliação de um país dividido, sem ter ainda recebido o reconhecimento do presidente republicano.

O democrata recebeu os parabéns de várias lideranças de todo o mundo - com exceções como México e Brasil -, mas Trump não lhe concedeu a vitória, alegando "fraude" na eleição, sem apresentar provas. Trump prometeu redobrar sua ofensiva judicial para desafiar os resultados, mas o destino dessas ações não parece promissor e elas foram ignoradas pelos eleitores democratas que celebravam nas ruas das grandes cidades na noite de sábado.

A pandemia esta no centro das atividades de Biden como presidente eleito. Nesta segunda-feira, ele formará um grupo de especialistas para desenvolver um plano nacional de combate ao vírus que poderá ser implantado a partir do mesmo dia em que assumir o poder, no dia 20 de janeiro. Em sua campanha ele já traçou alguns limites, como o projeto de uma rede nacional para a realização de testes, a obrigatoriedade do uso de máscaras em prédios federais e a vacina gratuita, assim que ela for desenvolvida e testada.

Outro eixo importante é a promessa de cancelar o processo de retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), lançado por Trump, e voltar ao Acordo do Clima de Paris para limitar as emissões que causam as mudanças climáticas. Além disso, o democrata prometeu anular o decreto republicano de imigração que proíbe a entrada no país de cidadãos de vários países muçulmanos e anunciou que abrirá caminho para a regularização de cerca de 11 milhões de imigrantes sem documentos.

Incerteza sobre maioria no Senado

A atitude de Trump nos próximos dias pesará na capacidade de Biden de atuar antes de 20 de janeiro, uma vez que, para ter acesso às agendas, é necessária uma decisão administrativa para efetivamente lançar a transição. Esta manhã, Trump citou um especialista no Twitter dizendo que a "eleição foi roubada" e depois ele deixou a Casa Branca para jogar golfe.

Biden e sua companheira de chapa, a senadora negra Kamala Harris - a primeira mulher a se tornar vice-presidente do país - devem começar a considerar a composição de seu gabinete, que deve dar às mulheres e às minorias um lugar de destaque.

Em sintonia com seu discurso de unidade, especula-se também sobre a inclusão de representantes da extrema esquerda de seu partido, sem esquecer os centristas e talvez até alguns republicanos. Mas essa decisão está sujeita à forma como o Senado será formado e esses resultados ainda não estão completos.

Nesta legislatura que termina, os republicanos detêm a maioria na Câmara Alta com 53 dos 100 assentos. Nesta eleição, em que 35 cadeiras foram renovadas, os democratas perderam uma e obtiveram duas dos republicanos. No entanto, a contagem dos votos em dois estados ainda precisa ser concluída e na Geórgia um segundo turno será necessário porque nenhum dos candidatos atingiu o limite para ser eleito. A eleição será realizada no dia 5 de janeiro, juntamente com a eleição do segundo senador por este estado.

O Senado será crucial na resposta à aguda crise econômica causada pela covid-19 que deixou milhões de desempregados e danos profundos à economia dos Estados Unidos. Antes das eleições, a Câmara dos Representantes dominada pelos democratas e o governo não chegaram a um acordo para lançar um novo plano de ajuda como o pacote de US$ 3 trilhões aprovado em março.

Diante das poucas chances de chegar a um acordo antes da mudança de comando, essas negociações seriam um primeiro teste para o governo Biden se os republicanos mantiverem a maioria no Senado. Também permitiria que os republicanos bloqueassem as indicações para o novo governo.

AFP