person Entrar

Capa

Notíciasarrow_rightarrow_drop_down

Esportesarrow_rightarrow_drop_down

Arte & Agendaarrow_rightarrow_drop_down

Blogsarrow_rightarrow_drop_down

Jornal com Tecnologia

Viva Bemarrow_rightarrow_drop_down

Verão

Especial

Bolsonaro disse precisar de um delegado mais ativo no comando da PF, diz Heleno

Ministro também disse achar "natural" a escolha de uma "pessoa próxima" para exercer a chefia da corporação

Heleno disse que chegou a conversar tanto com Moro quanto Bolsonaro sobre a troca de Valeixo por Ramagem | Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil / CP

O ministro Augusto Heleno (GSI) afirmou à Polícia Federal que o presidente Jair Bolsonaro lhe teria dito, "em uma ou outra oportunidade", e na presença do ex-ministro Sérgio Moro, que precisava de alguém "mais ativo" no comando da Polícia Federal. O ministro também disse achar "natural" a escolha de uma 'pessoa próxima' para exercer a chefia da corporação.

"Mais ativo no sentido de maior produtividade, o que não envolveria maior produção de relatórios de inteligência ainda que isso possa estar incluído no conceito de produtividade", esclareceu o ministro.

Sobre a indicação de Alexandre Ramagem, Heleno afirmou considerar natural que o presidente da República queria optar por uma pessoa próxima para comandar a Polícia Federal, mas que a indicação se deveria à eficiente administração de Ramagem  em frente à Abin, relatada pelo próprio Heleno a Bolsonaro 'em diversas oportunidades'.

Segundo Heleno, a relação entre Bolsonaro e Ramagem não extrapola os limites de uma vinculação profissional entre chefe e subordinado, mas que também 'natural' que haja 'uma proximidade' de Ramagem com o presidente e seus filhos, visto que o delegado foi encarregado da segurança pessoal de Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

Heleno disse que chegou a conversar tanto com Moro quanto Bolsonaro sobre a troca de Valeixo por Ramagem. O nome do diretor da Abin, na visão do presidente, 'daria um novo ânimo à Polícia Federal'. O ministro disse ter visto, pelas conversas, que "o processo se caracterizava por idas e vindas".

Segundo Heleno, Moro disse que o presidente não tinha 'elencado motivos' que justificassem a troca de comando da PF. O ex-juiz estaria "irresignado" com a mudança na chefia da PF.

"Em uma dessas oportunidades, disse ao ex-ministro Moro que por se tratar de uma atribuição legal do presidente da República, os motivos deste não precisariam ser os mesmos que o ministro Moro acharia relevantes", afirmou Heleno, que disse que se "tentaria falar" com Bolsonaro sobre o caso como "gesto de amizade", mas sabendo que o presidente já estava determinado em fazer a troca de diretor-geral.

"O depoente nunca teve conhecimento de nenhuma missão específica que o presidente da República quisesse atribuir a Alexandre Ramagem no comando da Polícia Federal, seja no Rio de Janeiro, seja em Minas Gerais ou em qualquer Estado da federação, podendo apenas afirmar que o Presidente tem grande admiração por Ramagem pelo fato de tê-lo visto atuar em sua segurança pessoal e na Direção-Geral da Abin", apontou o depoimento.

Agilidade e desempenho

O chefe do GSI informou à PF que 'não tem conhecimento' dos detalhes discutidos entre Moro e Bolsonaro a respeito de troca de comando da superintendência regional no Rio de Janeiro. Ele sabia, apenas, que 'o presidente cobrava maior desempenho da Polícia Federal do Rio de Janeiro no combate à corrupção, inclusive envolvendo hospitais federais'.

Bolsonaro também teria se queixado sobre envolvimento de seu nome no depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, segundo Heleno. O presidente teria reclamado da 'demora da investigação' sobre o caso. O ministro disse que não sabe informar 'se essa atribuição seria ou não da Polícia Federal ou da Polícia Civil'.

Em relação à reunião ministerial do dia 22 de abril, Heleno informou que Bolsonaro cobrou 'de forma generalizada todos os ministros na área de inteligência'.

A reclamação seria por 'escassez de informações de inteligência que lhe eram repassadas para subsidiar suas decisões, fazendo citações específicas à sua segurança pessoal', mencionando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Polícia Federal e o Ministério da Defesa.

"O presidente, na reunião do dia 22 de abril, menciona o exemplo de sua segurança pessoal, que se estivesse falha, tentaria trocá-la; e que se não conseguisse, trocaria o chefe, podendo chegar ao diretor e até o ministro", disse.

Questionado se a PF estaria deixando de atender pedidos de inteligência, Heleno respondeu que a corporação estava 'atendendo pedidos feitos pelos canais adequados'. "Mas que havia uma cobrança do presidente por maior agilidade, pois às vezes, o presidente tomava conhecimento de informações pela imprensa, e não oficialmente".

AE