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Câmara técnica da Saúde retira de pauta relatório que vetava kit Covid

Mudança, que destinava cloroquina apenas para tratar doenças reumatológicas ou malária, desagradou governistas

| Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

Mesmo pronto para discussão e previsto em ata, o relatório que iria excluir, de vez, o uso de medicamentos do "kit Covid" para tratar pessoas acometidas com a doença foi retirado de pauta da reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), desta quinta-feira (7). Oficialmente, a alegação do Ministério da Saúde é que o documento carece de aprimoramento, mas, nos bastidores, a informação é que a ordem veio "de cima". 

Desde que assumiu o ministério, Marcelo Queiroga é pressionado por autoridades de saúde e técnicos da pasta a rever os protocolos para tratamento medicamentoso ambulatorial de paciente acometidos com a Covid-19. O assunto, no entanto, é espinhoso, já que o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus apoiadores bancaram a defesa do uso de medicamentos como a cloroquina, hidroxicloroquina e a ivermectina para tratar a doença, mesmo não havendo comprovação científica sobre a eficácia dos fármacos neste contexto. 

A diretriz — lançada pelo então ministro Eduardo Pazuello, em maio de 2020, após o antecessor, Nelson Teich ter se recusado a assinar a medida — continua valendo e a nova discussão estava parada até o momento. O novo relatório, no entanto, reavaliou a aplicação de anticoagulantes, azitromicina, anticorpos monoclonais, budesonida, colchicina, cloroquina e hidroxicloroquina, corticosteroides sistêmicos, ivermectina, nitazoxanida e plasma convalescente no tratamento da Covid. 

As conclusões foram que "azitromicina e hidroxicloroquina não mostraram benefício clínico e, portanto, não devem ser utilizadas no tratamento ambulatorial de pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19". Por outro lado, foi dado como incerto o benefício do uso de anticoagulantes, budesonida, colchicina, ivermectina, nitazoxanida e plasma convalescente em pacientes ambulatoriais. 

"Dessa forma, nenhuma das tecnologias em saúde avaliadas foi indicada para uso de rotina no tratamento ambulatorial do paciente com suspeita ou diagnóstico de Covid-19", dizia o relatório. Visto que as conclusões colocam em xeque toda a defesa bancada pela ala governista para o tratamento da Covid-19, a exclusão do kit Covid e as novas orientações desgastariam ainda mais a condução adotada para o enfrentamento da pandemia no país. Nos bastidores, esse é o motivo pelo qual o debate sobre o tema está sendo, mais uma vez, postergado. 

Oficialmente, o Ministério da Saúde informou que "o coordenador do grupo de especialistas, que está elaborando as diretrizes do tratamento ambulatorial dos pacientes com Covid-19, solicitou que o relatório fosse retirado de pauta pela publicação de novas evidências científicas dos medicamentos em análise". Por isso, o documento só deve voltar a ser pautado após a finalização dos aprimoramentos. 

R7