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Verão

Especial

Comissão da Verdade do Rio faz diligência no antigo prédio do Dops

Quinze ex-presos políticos visitaram as instalações que foram usadas para torturas

Atualmente, o local está fechado para obras de reforma | Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil / CP
A Comissão Estadual da Verdade do Rio (CEV-Rio) fez, na manhã desta segunda-feira, uma diligência no prédio onde funcionou o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) durante a ditadura militar. Quinze ex-presos políticos visitaram as instalações que foram usadas para torturas psicológicas, como celas feminina e masculina, locais de interrogatório e a sala do delegado responsável pelo quartel. Batizada, na época, de "Depósito de Presos São
Judas Thadeu" a cela principal estava fechada - atualmente serve como local para desmonte de armas e, segundo a Polícia Civil, somente o armeiro responsável tem as chaves dos cadeados. Por isso, uma nova diligência foi marcada para esta quinta, 27.

Durante a diligência, a maioria dos presos relatou ter sofrido torturas psicológicas a partir de 1964. O relato mais impactante foi de Maria Helena Guimarães Pereira, de 69 anos, presa grávida em 1972. Ela contou que perdeu o bebê por causa das sucessivas torturas físicas espancamentos e socos durante os seis meses que esteve detida no Dops. As torturas físicas eram desconhecidas pela maioria dos detidos.

Depois que deixou a prisão, Maria Helena engravidou novamente, mas o bebê nasceu morto, o que ela credita às sucessivas sessões de espancamento. "Por causa de tudo que sofri aqui, tive de fazer terapia sete dias na semana." O espaço onde funcionou o Dops serviu como centro de repressão da polícia política desde 1910, quando foi construído. Presa durante o Estado Novo (1930-45), Olga Benário saiu de lá para ser deportada e entregue aos nazistas.

Atualmente, o local está fechado para obras de reforma. Apesar de a fachada estar preservada depois de intervenções que começaram em 2009, o interior do prédio está completamente degradado com infiltrações, pombos morando no local, reboco caído no chão.

Os integrantes da CEV-Rio e os ex-presos políticos reivindicam que o local seja transformado em espaço de memória da resistência para contar sobre os períodos de repressão. A Polícia Civil, proprietária do prédio, usava o local como Museu da Polícia Civil e alega que o espaço será compartilhado para também contar as histórias de resistência e repressão. Assim, as salas que forem identificadas como locais de tortura, serão reformadas para contar essas histórias. As demais salas contariam histórias de outros períodos históricos.

AE