"Convocamos a CMO para terça-feira às 14h30. Vamos esperar o senador Renan indicar os membros, mas, se ele não o fizer, vamos sentar para ver o que vamos fazer. O que não posso ficar é sem a CMO funcionar. Ela já deveria estar funcionando", ressaltou o líder. Por ser uma comissão mista, que conta com a participação de senadores e deputados, em tese, a CMO deverá ter como presidente um indicado da maior bancada do Senado (o PMDB) e para a relatoria da maior bancada da Câmara.
Para pressionar o governo a agir contra rivais, Renan retirou ontem indicações do PMDB à CMO. Segundo peemedebistas ouvidos pela reportagem, com a iniciativa, Renan e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), ganham tempo para tentarem emplacar um nome na relatoria da CMO. A manobra também forçaria o Palácio do Planalto a entrar na briga para se chegar uma solução, uma vez que o governo não tem interesse numa paralisia na CMO.
O problema é que lideranças do PP também reivindicam a indicação para a relatoria da CMO, sob a alegação de que detêm, em conjunto com PTN, PHS, PTdoB, a maior bancada da Câmara. O receio de Renan, contudo, é de que a relatoria fique nas mãos de uma pessoa próxima ao líder do PP, Arthur Lira (AL), adversário político do senador em Alagoas.
A briga ocorre porque a CMO é responsável, entre outros temas, por fazer a apreciação do chamado "ciclo orçamentário", constituído pelo Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). O relator é o responsável por elaborar o texto final das propostas.
"Vamos reunir e, se a maioria decidir tomar outro caminho, dentro do que permite o regimento, nós vamos tomar esse caminho", ressaltou Moura. Uma das alternativas, diante da falta da indicação dos nomes do PMDB para a Comissão, é a eleição do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), próximo ao grupo de Arthur Lira.
Questionado se irá procurar Renan para tentar chegar a um acordo, Moura, que também é ligado a Lira, disse: "Não tenho nada para conversar com ele".
AE