Marice disse que foi àquele país da América Central para participar do Fórum Sindical das Américas. Quando soube da ordem de prisão temporária, estava em férias na Costa Rica e imediatamente retornou ao Brasil - na sexta feira, ela se entregou à Polícia Federal. Ela continuará detida até a Justiça decidir se prorroga ou não a prisão temporária.
A cunhada de Vaccari foi questionada sobre dois repasses de aproximadamente R$ 400 mil cada para o tesoureiro do PT que seriam destinados ao partido, conforme depoimento em delação premiada do doleiro Alberto Youssef. O valor total de R$ 880 mil teria sido pago pela empresa Toshiba Infraestrutura em uma contratação para obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), entre 2009 e 2010 - a empresa nega o repasse.
Um dos pagamentos teria sido recebido por Marice no escritório do doleiro em São Paulo. Em novembro, quando foi deflagrada a sétima fase da Lava Jato, batizada de Juízo Final, o ministério Público Federal chegou a requerer a prisão temporária de Marice sob o argumento que ela teria recebido "valores vultosos em espécie" do doleiro "em entrega solicitada pela OAS".
Apartamento Na ocasião, a Justiça mandou que ela fosse conduzida à PF para depor. Já naquela oportunidade, Marice rechaçou a informação de que teria recebido da OAS. Na segunda, segundo seu advogado, o criminalista Cláudio Pimentel, ela também afirmou que não houve irregularidades na compra do apartamento OAS Bancoop, transação sob suspeita da Procuradoria.
Os investigadores da Lava Jato apontam que, ao comprar o imóvel, ela lucrou 100% em um ano. Adquiriu o apartamento por R$ 200 mil e o vendeu no ano seguinte por R$ 432 mil para a própria empreiteira.
A Lava Jato vê "caráter fraudulento na transação" e que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".
Marice disse que, em liberdade, poderá localizar todos os documentos relativos à compra do apartamento e outros de interesse da Lava Jato. Pimentel disse que sua cliente "ratificou o depoimento que já tinha prestado em novembro".
"Ela está tranquila, apesar das condições, e plenamente à disposição da Justiça", anotou o advogado. "Não creio que haja necessidade da manutenção da custódia. Ela deu todas as explicações, respondeu a todas as perguntas. Suas movimentações financeiras estão refletidas no Imposto de Renda, tudo declarado. Não há nenhuma incompatibilidade de movimentação financeira com seus rendimentos".
AE