A consolidação do projeto de candidaturas próprias e a necessidade de fortalecer nominatas, ampliado contagem de votos na legenda, deverão afastar a possibilidade de que PDT e PSol participem da formação de uma frente ampla de esquerda com PT e PCdoB, que estão próximos de firmar aliança para concorrer à Prefeitura de Porto Alegre. Embora prossigam dialogando, as siglas começam a ficar pressionadas pelo calendário eleitoral. A partir de amanhã, dia 5 de março, ocorre a janela para mudanças de filiação partidária.
"Juliana Brizola é a nossa candidata e não há controvérsia no partido sobre isso", afirma o presidente do PDT no Estado e na Capital, deputado federal Pompeo de Mattos, referindo-se à consolidação da pré-candidatura da deputada estadual para a Prefeitura de Porto Alegre.
Segundo Pompeo, os trabalhistas decidiram também que Juliana será alçada a presidente municipal a partir da semana que vem para que passe a liderar o processo de organização do partido e de composição com outras siglas. Pompeo e Juliana estarão em Brasília hoje para encaminhar, com o presidente nacional, Carlos Lupi (PDT), questões relacionadas à futura candidatura.
Como parte das metas, o PDT deseja manter sua bancada formada por três componentes na Câmara de Vereadores ou ampliá-la com mais um ou dois assentos. "Chegou a hora de acelerarmos os movimentos de filiações e os contatos com outros partidos", aponta Pompeo de Matos.
Fernanda Melchionna está consolidada no PSol
Pelo PSol, o vereador Roberto Robaina, presidente da sigla na Capital, assegura que a pré-candidatura da deputada federal Fernanda Melchionna (PSol) está consolidada. "A meta agora é ampliar a articulação para termos uma nominata de qualidade para dar suporte à candidatura, com perspectiva de mantermos ou até ampliarmos nossa bancada na Câmara de Vereadores", define Robaina.
O PSol ocupa, atualmente, três dos 36 assentos no Legislativo municipal. A sigla trará para as eleições uma novidade, com a provável inscrição da primeira candidatura coletiva a concorrer na Capital, tendo sete mulheres em um grupo que pretende exercer o primeiro mandato compartilhado na Câmara de Vereadores, caso venham a ser eleitas.
Robaina diz lamentar a difícil viabilidade para composição de uma frente ampla das forças de esquerda na Capital, que teria como parceiros de aliança o PT, o PCdoB, o PDT e outros. "Pela linha dos posicionamentos adotados mais recentemente, PT e PCdoB parecem ter encerrado este processo, optando por reproduzir uma aliança que foi tentada anteriormente e que não traz nenhuma novidade para o eleitorado", analisa.
Possível união no segundo turno
Conforme o vereador, embora mantenha o projeto concentrado na pré-candidatura de Fernanda Melchionna, o PSol ainda defende a unidade de esquerda e centro-esquerda como estratégia prioritária para ter uma representação no segundo turno das eleições. "A questão é que unidade significa composição e não adesão", salienta Roberto Robaina.
Pompeo de Matos também cita que o partido apreciaria uma composição mais ampla e diz que ainda existe espaço para tratativas nesse sentido. Porém, admite que uma composição mais ampla deverá ocorrer apenas no segundo turno. "Hoje, tanto o PT, quanto o PCdoB, têm suas preferências. Cada um prefere o seu. Nós preferimos a Juliana. Mas uma coisa é certa: todos devemos ter maturidade política para definir estratégias coerentes no segundo turno", pontua.
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Luiz Sérgio Dibe