person Entrar

Capa

Notíciasarrow_rightarrow_drop_down

Esportesarrow_rightarrow_drop_down

Arte & Agendaarrow_rightarrow_drop_down

Blogsarrow_rightarrow_drop_down

Jornal com Tecnologia

Viva Bemarrow_rightarrow_drop_down

Verão

Especial

PSB garante que homologa nome de Beto para disputa ao governo com ou sem alianças

Socialistas não chegam a acordo com o PDT e, em reunião relâmpago nesta sexta, partidos decidem manter as duas candidaturas ao Piratini

Beto Albuquerque é o nome mais provável para vice | Foto: Tarsila Pereira / CP Memória

O PSB gaúcho vai homologar o nome do ex-deputado federal Beto Albuquerque como candidato ao governo do Estado na convenção partidária que ocorrerá neste sábado, 23, mesmo sem ter conseguido aliados para a disputa regional até este momento. A garantia foi dada nesta sexta-feira pelo presidente estadual da legenda, Mário Bruck. O dirigente, o presidente estadual do PDT, Ciro Simoni, Beto e o pré-candidato do PDT ao governo, o ex-deputado Vieira da Cunha, fizeram uma reunião 'de fechamento' no início da tarde desta sexta-feira e decidiram por manter as duas candidaturas ao governo. "Não conseguimos estabelecer os critérios para definir o melhor nome para a cabeça de chapa. Continuamos amigos, próximos, mas os dois seguem pré-candidatos", resumiu Simoni após o encontro.

Bruck adiantou ainda que a convenção vai delegar à executiva estadual da legenda e ao diretório o poder para que façam as tratativas necessárias de forma a completar chapa, com a definição dos nomes do vice e do candidato ao Senado até o prazo limite de 5 de agosto. “Caso não sejamos bem-sucedidos na formação de alianças, concorreremos com chapa pura. Nossa candidatura própria está mantida e o nome do Beto também. Essas avaliações que têm surgido, de que este ou aquele partido é maior do que o PSB, no nosso entendimento, são desculpas sem fundamentação. O PP, por exemplo, é um dos maiores partidos do RS (em número de filiados), e não ganha uma eleição para o governo desde o início dos anos 80. O PDT, que seria o segundo maior, ganhou a última vez em 1990”, elenca. 

O PSB ‘subiu o tom’ após as tratativas com o PDT gaúcho para a formação de uma aliança com Beto na cabeça de chapa e o ex-deputado Vieira da Cunha terem se esvaziado nas duas últimas semanas, com os pedetistas seguindo concordando com uma coligação, mas com os nomes invertidos na chapa. O que incomodou em especial aos socialistas foi ouvir do PDT a comparação entre os tamanhos dos dois partidos, em uma repetição dos mesmos argumentos que já haviam sido usados pelo PT gaúcho para também insistir na candidatura própria e se recusar a apoiar o nome de Beto para o governo. “Com todo o respeito que temos pelo PDT, o fato é que o Vieira entrou em campo aos 45 minutos do segundo tempo. O Beto está correndo uma maratona desde o ano passado. Não vai abrir mão agora da cabeça de chapa”, defende Bruck.

O PDT lançou Vieira como seu pré-candidato ao governo no início de junho, depois de o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, até então apontado como favorito no partido, ter declinado de concorrer. A aposta dos socialistas era de que o PDT havia lançado um postulante ao Piratini como forma de negociar sua inserção em uma coalizão e garantir palanque no RS para seu candidato à presidência, o ex-ministro Ciro Gomes. Mas, no decorrer das tratativas, apesar de o PSB abrir o palanque para Ciro, o PDT manteve na mesa sua disposição em ocupar a cabeça de chapa. Além disto, passou a assinalar sua recusa em dar palanque para o candidato do PT à presidência, o ex-presidente Lula. Como o vice de Lula na chapa é o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, do PSB, em caso de união com o PDT no RS a ideia dos socialistas era um palanque duplo em relação a corrida presidencial: para Lula e para Ciro.

Na noite de quinta-feira, a manutenção de candidatura própria foi deliberada por maioria na executiva estadual pedetista. Foi a terceira decisão no mesmo sentido nas duas últimas semanas. Antes, as bancadas federal e estadual do partido já haviam tirado posição pela candidatura própria, por unanimidade. Após a reunião derradeira desta sexta, Simoni disse que a busca por aliados por parte do PDT não está esgotada. "Ainda estamos conversando com o MDB." Questionado sobre se, em função do tamanho, o PDT poderá vir a abrir mão da cabeça de chapa em uma negociação com o MDB, Simoni disse que os partidos precisam definir os critérios para uma aliança. E, em uma alusão ao PSB, completou: "O que não é possível é um de nós dizer que é a cabeça de chapa ou nada." Simoni e Vieira se encontrarão com o pré-candidato do MDB ao governo, o deputado estadual Gabriel Souza, e o presidente do MDB gaúcho, o prefeito Fábio Branco, no domingo, na residência de Gabriel no Litoral Norte. A reunião terá a presença também de Ciro Gomes. O MDB enfrenta uma disputa interna muito forte envolvendo a tese da candidatura própria e é disputado para vice pelo PSDB e pelo PL. 

Quanto ao PSB, além da pressão de candidatos à Câmara Federal e à Assembleia pela homologação de seus nomes, o PSB tenta, com a manutenção da data da convenção e do nome de Beto, no sábado, estancar especulações que cresceram nas últimas semanas em função das indefinições. Entre elas a de que, se o partido não conseguir viabilizar uma aliança com a ocupação da cabeça de chapa, Beto não será candidato, tendo seu nome substituído pelo de outro socialista, abrindo novamente outras possibilidades de coalizão. Os que surgiram até o momento são os nomes de Vicente Bogo e de Hermes Zaneti. “Trabalhamos pela união do campo da centro-esquerda e esquerda. Ela não aconteceu, o que diminui as chances, mas não acaba com elas. De qualquer forma, se for para perder, preferimos perder defendendo o 40 do que defendendo o 12, ou o 13”, resume um dos socialistas que participa das negociações.

Flavia Bemfica