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Especial

EUA encontra saída temporária para evitar paralisia do governo federal

Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou medida de financiamento emergencial e texto prevê que administração siga recebendo recursos durante 45 dias

| Foto: Andrew Caballero Reynolds / AFP / CP

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou, neste sábado, uma medida de financiamento emergencial, um passo-chave para adiar a paralisação iminente do governo federal, conhecida como "shutdown". A aprovação se deu depois de o presidente da Câmara, o republicano Kevin McCarthy, fazer uma última tentativa para evitar a paralisação, mas só poderia ser aprovada com apoio dos democratas. O texto foi aprovado por 335 votos a favor e 91 contra, e agora deve seguir para o Senado.

O documento prevê que a administração continue recebendo recursos durante 45 dias. Se o Senado não aprovar a medida, a maior economia do mundo funcionará em câmera lenta já a partir de domingo: 1,5 milhão de funcionários ficarão sem salário, o tráfego aéreo será perturbado e muitos serviços públicos não vão funcionar.

O orçamento federal expira à meia-noite deste sábado (01h de domingo, horário de Brasília). A votação deste sábado foi "uma vitória para o povo americano e uma derrota total para os extremistas de direita", disse o líder dos democratas na Câmara de Representantes, Hakeem Jeffries.

A medida aprovada por iniciativa de McCarthy, conhecida como "stopgap", permitiria ao governo continuar funcionando por mais 45 dias, mas sem nenhuma ajuda para a Ucrânia - um ponto de discórdia importante para os democratas. A Casa Branca pediu inicialmente que o orçamento aprovado pelos representantes incluísse 24 bilhões de dólares (R$ 120 bilhões) em ajuda militar e humanitária para Kiev. "O que a Rússia fez é errado. Mas acho que façamos o que fizermos, devemos definir o que significa uma vitória e qual deve ser o plano", disse McCarthy à imprensa.

"Acredito que exista uma frustração real nos Estados Unidos pelo fato de que este presidente ignore a fronteira americana e esteja mais preocupado com outro lugar", disse, em alusão ao que os republicanos chamam de "crise migratória dos Estados Unidos".

Ucrânia na balança

A crise orçamentária tem consequências diretas para a guerra na Ucrânia. Consciente dos problemas políticos de seu principal aliado, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, visitou na semana passada o Congresso americano para tentar convencer Washington a ajudar seu país a "atravessar a linha de chegada" diante da Rússia.

Alguns congressistas republicanos trumpistas se recusam a desbloquear qualquer nova ajuda a Kiev porque consideram que os recursos deveriam ser destinados à crise migratória dos Estados Unidos.

Os congressistas leais ao ex-presidente Donald Trump, com um poder de influência desproporcional diante da escassa maioria republicana na Câmara de Representantes, já levaram os Estados Unidos à beira de um precipício político e financeiro há quatro meses com a questão do aumento do teto da dívida.

Trump, que pode enfrentar Biden nas eleições de 2024, ordenou a seus congressistas que "paralisem" o governo federal, a menos que os democratas aceitem "todas" as suas reivindicações orçamentárias. Para Biden não há dúvidas: a bola está do lado dos republicanos na Câmara de Representantes. "Há pessoas no Congresso neste momento que estão semeando tanta divisão que estão dispostas a paralisar o governo esta noite. É inaceitável", escreveu o presidente na rede social X (antes Twitter).

"Shutdown" de 2018

Eleito às custas de intensas negociações com os trumpistas, McCarthy corre o risco de perder o cargo. "Se tiver que arriscar meu cargo para defender o povo americano, vou fazê-lo", afirmou, neste sábado. E acrescentou: "se alguém quer me demitir porque quero ser o adulto na sala, que tente".

Em 2018, durante o mandato de Trump, o país viveu um "shutdown" (paralisação do governo federal) mais prolongado. Segundo várias estimativas, o PIB americano perdeu na ocasião mais de 3 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 11 bilhões, na cotação da época).

A poucas horas do fim do prazo, os Estados Unidos se preparavam para uma nova paralisação dos serviços públicos. Os funcionários públicos foram notificados na quinta-feira sobre a situação iminente.

A maioria dos parques nacionais americanos, como Yosemite ou Yellowstone, permanecerão fechados. O tráfego aéreo também deve enfrentar grandes problemas. E cidadãos beneficiados por ajuda alimentar também poderão ser prejudicados. Cada semana com o governo federal paralisado custaria ao PIB americano 0,2 ponto de crescimento no quarto trimestre, segundo economistas do banco Goldman Sachs.

AFP