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Especial

Grupo do PMDB articula aproximação com Marchezan

Tratativas incluem reeleição de Sartori e ingresso de peemedebistas na administração tucana

Grupo do PMDB articula aproximação com Marchezan | Foto: Eduardo Beleske / Divulgação / CP Memória
Com conhecimento do Palácio Piratini, um grupo de peemedebistas da velha guarda articula uma aproximação do partido com o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB). O grupo é formado pelo deputado estadual Ibsen Pinheiro, pelo federal José Fogaça, pelo presidente do diretório metropolitano, Antenor Ferrari, e o vereador Idenir Cecchim, além de Luis Roberto Ponte e do diretor administrativo-financeiro da Ceitec, Luiz Fernando Záchia.

As tratativas são para que pelo menos a maioria dos vereadores do PMDB passe a integrar a base de apoio a Marchezan no Legislativo, além de deter oficialmente cargos no governo (hoje três dos cinco integrantes da bancada municipal já possuem indicados na administração municipal). Se tudo der certo, a oficialização da aliança na Capital se dará com a nomeação de Cecchim para o comando da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. Em troca, o PSDB, que Marchezan preside no Estado, não lança o ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite, ao governo do Estado em 2018, deixando o caminho mais fácil para que o governador José Ivo Sartori (PMDB) tente a reeleição.

O grupo já realizou dois encontros. O primeiro em um almoço na segunda-feira da semana passada, na residência de Ponte, com a presença de Marchezan. O outro às 18h desta última segunda-feira, no gabinete de Ibsen na Assembleia, sem a presença de Marchezan e Cecchim. Ferrari, que participou de ambas as reuniões, tem uma terceira reunião agendada com Sartori para esta terça-feira. O ex-senador Pedro Simon foi convidado tanto para o encontro na casa de Ponte como para o do gabinete de Ibsen, mas não compareceu.

IPTU em discussão


Tanto Ibsen como Cecchim insistem em que as discussões do grupo são sobre a questão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em Porto Alegre. “Nunca se cogitou, nem de leve, a participação no governo Marchezan. As coisas às vezes são lógicas, mas não são verdadeiras”, afirma Ibsen. Ele assegura que a origem dos encontros é a indignação de Ponte com o valor venal dos imóveis na Capital. E não acha que deva causar estranhamento um deputado estadual e um federal mostrarem tanto interesse na discussão da alteração de um imposto municipal. “Não há nada, é pura boataria, não fui convidado para nada. O almoço era um rescaldo do IPTU. E eu já tinha até saído quando o Marchezan chegou. É que no partido tem de tudo: tem gente ainda magoada porque perdeu a eleição, tem gente querendo preparar a próxima eleição. Eu não tenho essa ansiedade”, completa Cecchim.

“O fato é que quem trata de IPTU são o Executivo municipal e a Câmara de Vereadores e não deputados federais ou estaduais. Não tenho informação de que o governador esteja nisso mas, se de fato existe essa articulação, ela é um adesismo sem justificativa. Para que o PMDB trate do ingresso no governo Marchezan, primeiro o prefeito precisa fazer um convite formal. E o convite, quando e se existir, precisa ser submetido às instâncias partidárias, não é um combinado entre quatro paredes”, dispara o vereador André Carús.

Marchezan no Piratini 


Nas tratativas, contudo, os peemedebistas que se apresentam como interlocutores do governador chegam a cogitar a possibilidade de uma aliança que perdure até pelo menos as eleições ao governo de 2022, com Marchezan candidato ao Piratini. Internamente, no PSDB, não é segredo que agrada a Marchezan a ‘trajetória natural’ de prefeitos da Capital, que fez parte dos sonhos de José Fortunati (Rede) e chegou a ser tentada por Tarso Genro (PT) em 2002 e por José Fogaça (PMDB) em 2010. Se a seguir, Marchezan disputa um segundo mandato à prefeitura em 2020 e, caso eleito, ganha musculatura para concorrer ao governo em 2022.

A tese propagandeada pelos peemedebistas é de que se Eduardo Leite se apresentar para a disputa ao governo no próximo ano, vai ofuscar o brilho de Marchezan. Porque pode vencer e ser candidato natural à reeleição em 2022. O próprio Leite está num dilema. Sabe que, enquanto a eleição para a Câmara Federal é quase certa, se disputar o governo e perder, fica pelo menos mais dois anos sem mandato, o que é difícil para a carreira de um político, mesmo jovem.

Dentro do PMDB, a estratégia é apontada como arriscada entre parte dos dirigentes estaduais. Não só por ‘queimar’ Eduardo Leite, mas também porque cria vários problemas com o hoje principal aliado do governo Sartori, o PP. E porque deve abrir nova disputa entre lideranças peemedebistas, uma vez que um dos desenhos projetados pelo grupo de articuladores é o lançamento do nome de Fogaça para uma das vagas ao Senado no caso de as duas vagas não serem ocupadas por siglas aliadas. Para viabilizar a estratégia, o partido precisará descartar, de novo, o ex-governador Germano Rigotto.

Flavia Bemfica