O presidente da República em exercício, general Hamilton Mourão, repetiu na manhã desta sexta-feira, em Porto Alegre, que é muito triste que o país tenha um ex-presidente condenado e outro preso, mas considerou que a sociedade está assistindo "à lei ser aplicada a todos". "A lei, finalmente, está se fazendo valer e isso é muito importante para o amadurecimento da nossa democracia".
As declarações reforçam a defesa do governo ante a série de questionamentos a respeito da prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB), realizada nessa quinta-feira pela Operação Lava Jato. Entre integrantes do Legislativo e do Judiciário, há um forte debate sobre a prisão ser uma espécie de represália pela ofensiva do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Lava Jato, e ainda sobre os embates travados entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e o ministro da Justiça, Sergio Moro.
Mourão fez o breve pronunciamento no Piratini após o encontro com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Não foi aberto espaço para perguntas. Leite, por sua vez, informou que na reunião foram tratados os temas da Reforma da Previdência, adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal, prorrogação por mais seis meses da presença da Força Nacional em solo gaúcho, reestruturação do sistema penitenciário e aceleração dos investimentos da BR 116.
Depois do Palácio Piratini, Mourão seguirá para a sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), onde participa de almoço com empresários. Ele permanecerá no Estado nesta sexta e no sábado participará de um evento que descreveu como "sentimental": as comemorações do aniversário do Colégio Militar de Porto Alegre, onde o general estudou.
Flavia Bemfica