“Quem ganha a eleição, governa; e quem perde, deve cumprir o papel de oposição colaborativa. Não mudei de posição e não participei de nenhuma reunião, encontro ou jantar que tenha decidido pela adesão do MDB ao governo Marchezan”, sustentou.
• Bancada do MDB na Assembleia pretende anunciar ingresso no governo Leite
Convidado para a reunião da executiva municipal do partido com a bancada na Câmara de Vereadores marcada para segunda-feira e que tratará do tema, Melo adianta que não tem motivos para participar do encontro e pretende encaminhar uma resposta dura aos companheiros de sigla. Nela, compara o MDB à antiga UDN. “Não comparecerei porque há dois anos estou esperando pela discussão sobre os rumos do partido e ela não aconteceu. Agora, depois de terem decidido ingressar no governo Marchezan, querem fazer aquilo em que a UDN foi pioneira: se reúnem depois que tudo está decidido.”
Melo ressalva que é adepto de uma postura de colaboração caso o objetivo fosse “resolver os problemas da cidade.” “Mas o que estou enxergando nesse processo não é isso, e sim ocupação de cargos. Por esta razão que penso que o MDB está na contramão.”
O dirigente, que entre os deputados estaduais eleitos do MDB também tem posição divergente em relação a maioria da bancada, disse que, sobre a adesão do MDB ao governo eleito de Eduardo Leite (PSDB), pretende se manifestar apenas depois da reunião da executiva estadual com os parlamentares, marcada para o início da tarde desta sexta. Internamente, enquanto a quase totalidade dos deputados pressiona para que o MDB ingresse o mais rápido possível na base de Leite, Melo acredita que o partido deve se manter independente e defende que a discussão não se restrinja à executiva e a bancada, devendo passar pelo diretório estadual.
De público, ele informa que por enquanto quer se "ater ao tema da prefeitura de Porto Alegre.” Sobre o fato de seu nome estar entre os cotados no partido para a corrida ao Paço municipal em 2020, ele também não quis falar. “Sou deputado estadual eleito. Sobre 2020 falaremos em 2020.”
Flavia Bemfica