“Esse frigorífico fica a uns 50 quilômetros da minha cidade. Um dia recebi um comunicado dizendo que iam fechar, aí eu liguei. Para quem? A expressão que ando usando é que eu chamei de "chefe", mas ele é o chefe. Aquele cidadão com quem eu falei é o superintendente do Paraná da Agricultura. Eu liguei para perguntar o que estava acontecendo. Ele se informou e me disse que não tinha nada. É um telefonema, como a gente recebe. Na minha cidade um frigorífico fechou com 2,7 mil funcionários, então essa crise houve na região toda e quando ele me solicitou, eu liguei”, disse em entrevista coletiva.
Osmar Serraglio ainda confirmou que conhece Daniel Gonçalves Filho. “Conheço sim. A distribuição dos cargos da agricultura do Paraná coube ao deputado Moacir Micheletto. O Moacir foi ao meu gabinete pedir para que eu apoiasse a indicação do Daniel Gonçalves como superintendente, e eu concordei. Mas o elo dele sempre foi com o Moacyr”, revelou.
O ministro Osmar Serraglio não é alvo da investigação deflagrada nesta sexta. A Carne Fraca aponta Daniel Gonçalves como o ‘líder da organização criminosa’. A Polícia Federal detectou em quase dois anos de investigação que as Superintêndencias Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público. Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.
Correio do Povo