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Especial

"Não queremos um ambiente de guerra", diz Schirmer sobre auxílio da Força Nacional

Governo estadual foi surpreendido por ofício de Marchezan a Temer para julgamento de Lula <br />

Lula será julgado no TRF4, em Porto Alegre, em 24 de janeiro | Foto: Guilherme Testa / CP Memória
Secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer disse, em entrevista à Rádio Guaíba, que "não quer um ambiente de guerra", durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Porto Alegre. Alegando "ameaça de ocupação" e "desobidência civil", a prefeitura solicitou ao governo federal o reforço da Força Nacional e do Exército para o dia 24, quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) analisará o recurso de Lula no âmbito da Operação Lava Jato.

"Todos terão chance de manifestação, mas dentro da lei, num ambiente democrático e de respeito. Qualquer constrangimento, quem será prejudicado é Porto Alegre", reforçou o secretário. 

A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul foi surpreendida pela decisão da Prefeitura de Porto Alegre. De acordo com a SSP, o Estado é o responsável pela segurança pública e tem competência constitucional de solicitar o reforço da Força Nacional e do Exército. Ainda na quarta-feira, prefeitura e governo do Rio Grande do Sul estiveram reunidos durante todo o dia. Forças de segurança estaduais e municipais instalaram um gabinete de crise, para alinhar estratégias de segurança que serão adotadas no do julgamento. A composição do gabinete está sendo desenvolvida há pelo menos 15 dias.

“Ontem, reunimos representantes dos órgãos estaduais, federais e prefeitura de Porto Alegre. Nesta reunião montamos um gabinete de crise e não tornamos público a instalação. E aí no fim da tarde saiu essa informação do prefeito (Nelson) Marchezan (do pedido da Força Nacional e do Exército)”, disse o secretário de Segurança Cezar Schirmer, em entrevista à Rádio Guaíba.

Para a prefeitura, o documento colabora para que o gabinete de crise – iniciativa do governo do Estado - tenha mais efetividade nas ações traçadas pelos órgãos de segurança. No pedido encaminhado ao presidente da República Michel Temer, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Junior, considerou necessário o auxílio federal por causa da “ameaça de ocupação de espaços públicos municipais pelos diversos movimentos sociais” e também devido à “menção à desobediência civil e luta propugnadas nas redes sociais por alguns políticos, inclusive Senadores da República”.

Ainda não há retorno do governo federal sobre o pedido de reforço da segurança.

Manifestações previstas

Na véspera do julgamento de Lula, dia 23, a presidente cassada Dilma Rousseff vai participar do evento de abertura de uma vigília no Parque Harmonia, em frente ao TFR-4. Cerca de duas semanas atrás, a Justiça Federal em Porto Alegre decidiu proibir um acampamento que o Movimento dos Sem Terra (MST) pretendia fazer no parque, mas liberou o local para manifestações, com preferência para os grupos que apoiam o ex-presidente. O MST negocia com as autoridades da capital gaúcha outro local para o acampamento. No dia 22, um grupo de advogados brasileiros e estrangeiros vai participar de um debate público sobre o processo.

De acordo com o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, vice-presidente do PT e coordenador das mobilizações em defesa do ex-presidente, o Fórum Social Mundial promete fazer um ato no dia 23, com a presença de líderes e entidades de esquerda de vários países.

Além disso, o PT e suas lideranças têm difundido nas redes sociais o manifesto "Eleição Sem Lula é Fraude", escrito pelo ex-chanceler Celso Amorim. Com versões em português, inglês, espanhol, francês e árabe, o documento já recebeu mais de 80 mil assinaturas, entre elas a do linguista e filósofo norte-americano Noam Chomsky e dos possíveis rivais de Lula na eleição presidencial Guilherme Boulos e Manuela D'Ávila (PC do B).

Julgamento

Lula foi condenado, em primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá. No dia 24, a 8ª Turma do TRF-4 vai julgar a apelação apresentada pela defesa do petista. Caso a condenação seja confirmada, Lula pode ser impedido de disputar a eleição presidencial.

O ex-presidente já afirmou a dirigentes do PT que estará presente em Porto Alegre no dia 24. Oficialmente, a assessoria do Instituto Lula não confirma que o ex-presidente vá acompanhar o julgamento em Porto Alegre. Segundo o instituto, a defesa do petista solicitou ao TRF-4 que o ex-presidente seja ouvido durante o julgamento, mas o pedido ainda não foi apreciado pelos desembargadores do tribunal.

Correio do Povo e Rádio Guaíba