Os mesmos 12 peritos que participaram da exumação em São Borja - oito brasileiros, duas argentinas, um uruguaio e um cubano - ficarão em Brasília até que se conclua a análise dos restos mortais. O perito da Polícia Federal que coordena os trabalhos, Amaury Martins de Souza Júnior, disse que as conclusões poderão levar até um ano. A família de Jango acredita na hipótese de assassinato por envenenamento. Oficialmente, ele morreu após ataque cardíaco.
O primeiro passo da perícia será a recolha de material orgânico dos despojos para iniciar a análise toxicológica. Os peritos pretendem recolher material suficiente para liberar os restos mortais de volta a São Borja no dia 6 de dezembro.
Neto de Jango que acompanhou quase todo o processo de exumação, Christopher Goulart relatou na sexta-feira que o caixão do avô estava intacto - a família teve acesso ao local no momento em que o esquife foi retirado do jazigo e acondicionado em uma urna para transporte. Antes da retirada do caixão, os peritos inseriram uma microcâmera para confirmar que ali estava o corpo do ex-presidente. Christopher confirmou que os peritos erraram a localização do caixão e, por isso, a exumação demorou mais do que o previsto. Segundo ele, desde que a exumação foi agendada, se trabalhava com a hipótese de encontrar dificuldades. Ele disse que foi proibido de dar declarações sobre os motivos da demora na exumação, que durou 19 horas, durante o processo.
Fernanda Pugliero / Correio do Povo