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Pezão sucedeu Cabral em esquema de corrupção, diz Raquel Dodge

Investigações apontam que alguns dos crimes executados continuam em curso

Além de Pezão, o STJ ordenou a prisão de outras 8 pessoas envolvidas no esquema | Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo / CP
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou na manhã desta quinta-feira que governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi o sucessor do ex-governador Sérgio Cabral no comando de um esquema de corrupção na administração estadual. O fato ocorreu após a prisão de Cabral.

"Mesmo depois das prisões já feita em relação aos que lideravam recentemente esse esquema criminoso, houve uma sucessão do atual governador que assume essa liderança", disse a procuradora-geral em entrevista coletiva horas depois de a Polícia Federal ter cumprido mandado de prisão contra Luiz Fernando Pezão.

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As investigações apontam, segundo Raquel Dodge, que alguns crimes continuam em curso. "O que se percebe é que um dos crimes em curso é o de organização criminosa. As informações são no sentido de que esta organização criminosa continua atuando, especialmente em relação à lavagem de dinheiro, que consiste em ocultar ou dissimular onde o dinheiro desviado está."

Além de Pezão, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou a prisão de outras oito pessoas. São elas: o secretário estadual de Obras, José Iran Peixoto Júnior; o secretário de governo, Affonso Monnerat; Marcelo Santos Amorim, sobrinho do governador; do servidor Luiz Carlos Vidal Barroso; e dos empresários Cláudio Fernandes Vidal, Luiz Alberto Gomes Gonçalves, Luis Fernando Craveiro de Amorim e César Augusto Craveiro de Amorim.

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Os empresários são sócios de empresas que mantêm contratos com o governo do Rio de Janeiro, de acordo com a PGR.

Pezão teria recebido R$ 25 milhões em espécie (R$ 39,1 milhões em valores atualizados) ao longo de nove anos (2007-2015). Os valores eram pagos mensalmente, em parecelas de R$ 150 mil, inclusive com 13º, e também há registro de bônus de R$ 2 milhões.

A PGR sustenta que o dinheiro foi inicialmente pago a mando de Cabral, mas que em determinado momento Pezão "operou esquema de corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros". O procurador Leonardo de Freitas afirma que o dinheiro destinado a Pezão veio de duas fontes principais distintas: da mesada paga por Carlos Miranda e da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), empresa que pagava para receber vantagens em seus negócios.

Freitas afirma que há provas documentais, testemunhais e delações. “A gente compôs um quadro comprobatório robusto. Posso destacar os bilhetes apreendidos ainda na operação Calicute que faziam menção a algo parecido com Pezão, anotação de valores do lado. É uma prova documental que foi apreendido a mais de dois anos e com as colaborações e depoimentos, vieram a ser comprovados no curso da investigação”, explica.

O governo do Rio de Janeiro e a defesa de Luiz Fernando Pezão ainda não se manifestaram. O R7 tenta contato com os advogados dos presos.

Ocultação de bens

A coordenadora da área criminal do MPF, Raquel Branquinho, diz que a ocultação de bens é uma dificuldade no percurso da operação. “O grande problema é que há prova material do dinheiro indo, com valores específicos, e não há patrimônio de cada um deles (envolvidos), o que mostra de forma cabal a ocultação”, afirma.

Os bens dos envolvidos serão apreendidos a medida que forem encontrados. Raquel diz que há um sistema de busca, que facilita o andamento do sequestro de bens.

Segundo Raquel, a prisão é essencial para quebrar a sequência de crimes praticadas pela organização criminosa. “Uma vez concluída (a investigação), independentemente de estar no mandato, havia situações de grave risco e esta é a única medida eficaz para tentar quebrar essa cadeia sequencial de crimes que os colegas já veem investigando”.

R7