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Especial

PF investiga se “Abin paralela” usou ferramenta para invadir computadores

Investigação encontrou anotações compatíveis com emprego do software Cobalt Strike

Abin usou software de monitoramento mais de 60 mil vezes | Foto: Antonio Cruz / ABr / Divulgação CP

A Polícia Federal (PF) investiga se aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usaram indevidamente outras ferramentas de espionagem além do software First Mile, que permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real. Documentos apreendidos na Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023, indicam que outros programas podem ter sido mobilizados em nome dos interesses pessoais e políticos de Bolsonaro.

A PF afirma ter encontrado anotações compatíveis com a ferramenta Cobalt Strike, que pode ser usada para invadir computadores. O aplicativo LTESniffer, que intercepta tráfego em redes 4G, é outro que, segundo a Polícia Federal, pode ter sido usado pela "Abin paralela".

Até o momento, a PF já crava que o software First Mile foi usado mais de 60 mil vezes pela Abin entre fevereiro de 2019 e abril de 2021. O programa não permite o grampo de mensagens e ligações mas dá acesso à geolocalização em tempo real e a dados pessoais registrados junto a operadoras de telefonia. A capacidade de monitoramentos simultâneos do programa ainda é investigada.

A Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na quinta-feira, 25 é um desdobramento da Última Milha. Os policiais fizeram buscas na casa e no gabinete do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin. Ramagem é investigado porque, segundo a PF, teria autorizado investigações paralelas, sem autorização judicial e sem indícios mínimos de materialidade que justificassem as apurações. "A informalidade era um meio de ação para não deixar rastros", afirmou a Polícia Federal no relatório do caso.

O deputado nega irregularidades, afirma que a investigação é uma "salada de narrativas" e que a Polícia Federal quer incriminá-lo. Para a PF, a Abin foi loteada e instrumentalizada contra desafetos de Bolsonaro e para apoiar seus aliados. Dois departamentos da agência estão no centro da investigação, o Centro de Inteligência Nacional (CIN) e o Departamento de Operações de Inteligência (DOINT).

A Polícia Federal afirma que o aparato da Abin foi usado para monitorar políticos de oposição ao governo e para auxiliar a defesa de filhos do ex-presidente em investigações criminais. A agência também teria sido usada para atacar as urnas e para tentar associar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Resposta da Abin

"Há 10 meses a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vem colaborando com inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. A Abin é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações."

Estadão Conteúdo