Ferreira acrescentou que pessoas ligadas ao ex-ministro e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, participam das gravações, mas negou ter qualquer gravação com o atual ministro, Orlando Silva. “Há apenas pessoas próximas a ele”, disse o policial militar, referindo-se a Fábio Hansem – que já foi chefe de gabinete da Secretaria Nacional do Esporte Educacional, mas que atualmente assessora Orlando Silva – e Charles Rocha, então chefe de gabinete da Secretaria Executiva do ministério. A reunião, segundo a revista Veja, ocorreu em abril de 2008.
“Fui convidado para uma reunião na calada da noite, com o objetivo de parar com a produção de documentos falsificados que originaram a Operação Shaolin”, relatou Ferreira. “Acredito que (durante) toda a semana vão aparecer coisas novas porque estamos recuperando as provas”, acrescentou o PM, em referência aos arquivos na PF obtidos durante a operação, liderada pela Polícia Civil distrital.
Além disso, Ferreira relatou que entregará até a próxima quarta-feira oito vídeos de Michael Vieira, a primeira pessoa a denunciar o esquema, negociando uma delação premiada. “A minha briga é para provar que existem vários pagamentos de diversas empresas e entidades. Como nós rejeitamos esse protocolo, aconteceu a Operação Shaolin”, enfatizou.
Ele voltou a reafirmar que acha difícil o ministro não ter conhecimento do esquema, já que em todas as reuniões o chefe de gabinete e o secretário executivo estavam presentes, além de pessoas que cuidavam da área de prestação de contas e fiscalização do ministério. “A reunião (sobre o Segundo Tempo) é feita no sétimo andar da Secretaria Executiva, com a cúpula do ministério. Então é de interesse do ministério.”
Segundo as denúncias de Ferreira, no Ministério do Esporte funcionava um esquema montado pelo PC do B para arrecadar "pedágio" de ONGs que atuavam na pasta por meio do Programa Segundo Tempo. Disse, ainda, que o PC do B fazia esse esquema para arrecadar recursos para campanhas. Ele ressalvou, porém, que nos áudios não aparece a voz do ministro Orlando Silva, acusado por João Dias como o mentor do suposto esquema.
Agência Brasil