Lideranças do PP de Porto Alegre anunciaram na noite desta terça-feira que não irão acatar ao pedido de desligamento do governo, feito no meio da tarde pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Em reunião com membros do diretório municipal e das executivas estadual e municipal, os progressistas sustentaram que fazem parte do governo por terem sido eleitos na chapa majoritária vencedora do último pleito, tendo o advogado Gustavo Paim (PP) como vice-prefeito da cidade.
“Somos governo. Fomos eleitos. Não vamos renunciar, contrariando a decisão da população porto-alegrense”, apontou o presidente municipal do PP, vereador João Carlos Nedel. O dirigente disse ontem ter recebido com surpresa o pedido do prefeito para que o partido de desligue da Administração. “A carta que o prefeito encaminhou através do presidente municipal do seu partido, Moisés Barboza (PSDB), está cheia de inverdades. Foi deselegante”, qualificou Nedel.
Presente no ato, o presidente estadual do PP, Celso Bernardi, disse que o partido sempre trabalhou em favor da gestão de Marchezan. A relação com o prefeito, no entanto, vem demonstrando sinais mais evidentes de desgaste desde a convenção do PP, quando os progressistas anunciaram que terão candidatura própria para as próximas eleições.
Desde então, segundo lideranças da sigla, Marchezan tem reduzido a participação do partido no governo, promovendo a exoneração de cargos indicados pelo PP e concedendo as vagas a outros aliados. Marchezan também estaria contrariado pelos dois votos contrários do PP no projeto de revisão da planta do IPTU.
Luiz Sergio Dibe