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Verão

Especial

PT busca candidatura competitiva para Porto Alegre em 2024

Após retorno ao comando do governo federal, partido antecipou debates internos e conversas com aliados sobre as eleições do próximo ano

Entrega foi feita neste sábado (26), no dia do aniversário de Porto Alegre | Foto: Alex Rocha / Prefeitura de Porto Alegre

Como parte de um movimento do partido que já pode ser observado nacionalmente, e que toma por base o fato de a sigla ter voltado ao comando do governo federal, o PT de Porto Alegre começou antecipadamente as articulações para tentar ter uma candidatura competitiva à prefeitura da Capital nas eleições municipais de 2024. Mais de um ano antes do pleito, a legenda estabeleceu um calendário de plenárias e conferências, que incluirá rodadas pelas 10 zonais eleitorais da cidade, e que será concluído em outubro, com um congresso. Em paralelo, já lançou nas conversas com aliados (o PT forma atualmente uma federação com o PcdoB e o PV) e outras legendas de interesse (como a federação Psol/Rede e o PDT) dois nomes para a cabeça de chapa: o da deputada federal Maria do Rosário e o da estadual Sofia Cavedon.

“Elas colocaram seus nomes oficialmente para a Executiva. Com o critério de que não serão um impeditivo para a construção de uma frente maior. De qualquer forma, trabalhamos com a possibilidade de até o final do ano termos algo definido neste sentido de nomes”, ressalva a presidente do diretório petista da Capital, Maria Celeste. A dirigente minimiza o fato de o primeiro cotado internamente para a disputa, o atual presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, ter declinado da possibilidade, optando por permanecer em Brasília. E afasta especulações sobre uma nova tentativa em torno do ex-governador Olívio Dutra. “Entendemos que devemos buscar a questão transgeracional. Caso contrário, ficam sempre os mesmos: homens e brancos.”

Dentro da federação, o aliado PcdoB também já apresentou um nome, novamente o da ex-deputada Manuela D’Ávila. “Ela é fundamental e não se negaria a responder a um chamado do campo da esquerda”, assegura a presidente do PcdoB de Porto Alegre, a deputada estadual Bruna Rodrigues. O distanciamento mantido por Manuela da eleição estadual no RS no ano passado e o fato de ela ter se mudado com a família para os Estados Unidos, onde permanecerá até a metade de 2024 para um período de estudos, contudo, fazem com que, entre partidos de esquerda e centro-esquerda, a insistência do PcdoB em seu nome seja vista de outra forma. A de a legenda manter um certo poder de negociação dentro e fora da federação, além de tentar atrair lideranças e fatias do eleitorado que extrapolem o tradicional bloco à esquerda. Bruna defende, por exemplo, que além de conversas com a federação Psol/Rede e com o PDT, seja buscado também, na Capital, diálogo com siglas como PSB e Solidariedade. “E precisamos falar com a cidade para além dos partidos. Com as pessoas que não acreditam mais, que desistiram de votar, e elas são muitas”, adianta. 

Retomada da prefeitura da Capital é considerada simbólica

Articuladores estaduais e municipais do PT não escondem que o empenho para tentar retomar a prefeitura da Capital no próximo ano tem também um peso simbólico: o fato de 2024 marcar exatos 20 anos do partido fora do comando do Executivo municipal. O jejum de duas décadas sucede um ciclo de 16 anos, entre os anos 80 e 2000, no qual a legenda se manteve de forma ininterrupta à frente da prefeitura.

Mas, após Raul Pont (PT) perder de virada para José Fogaça (MDB) em 2004, o partido amargou uma sucessão de derrotas. Em 2008 Fogaça venceu Maria do Rosário (PT) em uma disputa ainda equilibrada. Em 2012, porém, o sucessor do emedebista, José Fortunati, então no PDT, venceu no primeiro turno, enquanto o candidato petista, Adão Villaverde, fez menos de 100 mil votos, obtendo a terceira colocação. Em 2016 o petista Raul Pont não passou do primeiro turno e o segundo foi disputado por Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que venceu, e Sebastião Melo (MDB). Em 2020 o PT optou por não ter candidato próprio e indicou o vice (Miguel Rossetto) de Manuela D’Ávila (PcdoB), que perdeu o segundo turno para Melo.

“Além da prefeitura, chegamos a ter 12 vereadores, 14 em uma aliança na eleição do Tarso. Depois, viemos em um processo de declínio nos últimos anos”, admite a presidente municipal do partido, Maria Celeste. Ela avalia, contudo, que em 2020 a sigla conseguir estancar a perda de cadeiras na Câmara Municipal, mantendo quatro vereadores, sendo três novos. E que as eleições gerais de 2022 apontaram para um cenário bem mais favorável. Além da vitória de Lula à presidência da República, a surpresa com o desempenho do então candidato ao governo, Edegar Pretto, e outros números promissores.

“O Edegar venceu em sete das 10 zonais de Porto Alegre. O Lula venceu em oito, nos dois turnos. E elegemos quatro deputados da Capital para a Assembleia Legislativa. Para federal, além da Maria do Rosário, a Reginete (Bispo) assumiu a vaga do ministro Paulo Pimenta, que também faz muito voto aqui na Capital”, explica a dirigente.

Flavia Bemfica