O senador pelo Espírito Santo, Marcos Do Val (Podemos), que afirmou ter sofrido coação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se aliar a ele em um golpe de Estado, mudando sua versão após contato com os filhos de Bolsonaro e apontando como autor do plano o ex-deputado Daniel Silveira, preso nesta quinta-feira, por ordem do Supremo Tribunal Federal, elegeu-se em 2018 com 863.359 votos.
Na época, ficou atrás de Fabiano Contarato, então na Rede, hoje no PT, mas tirou do Senado Magno Malta (PL), que chegou a ser cotado para vice da chapa do ex-presidente. Já naquele pleito, Do Val deixou claro seu apoio a Bolsonaro. Agora, pelos apoiadores do ex-presidente, é chamado de "traidor" nas redes sociais.
Ao longo dos seus primeiros quatro anos de mandato, do total de oito, Do Val, que chegou a falar em renúncia, faz parte da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC), na qual ocupava o cargo de vice-presidente.
Aikido, Swat e "Tropa de Elite"
Nascido em Vitória-ES, o senador tem 51 anos e é militar da reserva, tendo atuado no 38º Batalhão de Infantaria do Exército. Mestre em Aikido, arte marcial japonesa, ele é diplomado e credenciado pela International Aikido Federation, com sede em Tóquio.
O parlamentar é fundador do Centro Avançado em Técnicas de Imobilizações (CATI), que atua no treinamento policial de agentes de segurança pública e privada. Ele participou de treinamentos de instituições como Swat, Nasa e FBI, além de atuar em outras corporações policiais nos Estados Unidos, França e China, por exemplo.
Do Val rebeu o título de Membro Honorário da Swat de Beaumont, no estado norte-americano do Texas, era presença constante em programas de auditório e foi responsável por treinar os figurantes do filme "Tropa de Elite", lançado em 2007.
Correio do Povo