Entre as dificuldades relatadas ao presidente para a realização das sindicâncias, estaria o escasso prazo. Devido a uma resolução de 1998, as investigações têm período máximo de dez dias para serem concluídas. Entretanto, Cunha defende que o jurídico da Procempa busque uma solução para que os trabalhos tenham continuidade, caso as comissões façam um pedido formal.
Cunha substituiu o ex-presidente da Procempa, André Kulczynski, que pediu afastamento do cargo após uma auditoria da própria Prefeitura de Porto Alegre apontar uma série de possíveis irregularidades na administração da empresa. Além dele, outros dois servidores da Companhia já foram exonerados desde que as informações vieram à tona.
Entre as suspeitas investigadas estão dispensas de licitação, superfaturamento, ausência de documentos originais e notas fiscais e até mesmo a aquisição de uma máquina para contar cédulas de dinheiro.
Sindicato abandona sindicâncias
Em decisão tomada na última sexta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados (Sindippd) optou por não participar mais das sindicâncias que investigam irregularidades na Procempa. Alegando discordâncias com os métodos utilizados, os três representantes do Sindippd não integram mais os grupos de trabalho.
O presidente da Procempa defende a legitimidade das sindicâncias, afirmando que o Sindippd "não está interessado em depurar fatos na Companhia, quer apenas tumultuar o processo, descumprindo inclusive o acordo coletivo" que prevê a participação de representantes da entidade de classe. O presidente acusa ainda o Sindippd de atrasar em uma semana o início dos trabalhos.
Gabriel Jacobsen / Rádio Guaíba