A apresentação do projeto do Porto Meridional foi pauta da reunião-almoço promovida pela Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), nesta quarta-feira,18, na sede da entidade, em Porto Alegre. O projeto, que pode chegar a um investimento total de R$ 6 bilhões, pretende operacionalizar o segundo porto marítimo do Rio Grande do Sul, em Arroio do Sal, no Litoral Norte, até o final de 2024. Com palestra do engenheiro e ex-deputado federal Fernando Carrion e do presidente da DTA Engenharia, João Acácio Gomes de Oliveira Neto, a proposta era que empresários do setor se inteirassem sobre o modal logístico.
“Esse evento tem uma importância estratégica para o crescimento e desenvolvimento do nosso Estado. Trazemos 1,5 milhão de toneladas de chapas de aço para nossas empresas por ano. São necessárias mais de 300 mil carretas. Isso atrasa nosso sistema e tolhe a agilidade das nossas empresas, além de encarecer o custoo do nosso sistema siderúrgico”, explicou o presidente da AARS, José Antônio Fernandes Martins.
Carrion participou, quando parlamentar, da criação da Lei 8630/93, a Lei dos Portos, que abriu esse setor para o investimento privado. “O Carrion identificou o local para colocar o porto. Estou aqui para executar o projeto, que é dele”, afirmou João Acácio. Ele comparou o Estado ao vizinho, Santa Catarina, que conta com seis portos ou terminais marítimos, em breve passando para nove, enquanto aqui existe apenas o porto de Rio Grande. “Falta porto e com isso as cargas do norte do Estado, que representa 70% do PIB, fogem para outros locais. Perde-se 15 milhões de toneladas de carga que vão para outros portos”, frisou.
Entre as autoridades que prestigiaram o evento estava o senador Luis Carlos Heinze (PP), entusiasta dos projetos federais que buscam fomentar o transporte hidroviário. “O RS precisa de um novo modal de transporte. Esse segundo porto marítimo é extremamente importante. Temos indústrias gaúchas saindo do Estado pelo alto custo da logística. Recebemos aço de outros estados e fazemos peças e máquinas para exportar para o resto do Brasil de caminhão. O interesse é que o setor conheça o projeto”, disse.
Heinze lembrou que, recentemente, empresários de Chapecó, em Santa Catarina, realizaram evento para se inteirar sobre o Porto Meridional. “Se eles querem conhecer, que dirá o empresariado gaúcho”, enfatizou o senador. Além dele, o presidente da Frente Parlamentar em Apoio à Implantação do Porto Meridional da Assembleia Legislativa, deputado Issur Koch (PP) prestigiou o evento que contou com outros deputados estaduais, vereadores da Capital, políticos do Litoral Norte e empresários.
“A criação desse porto, próximo de Porto Alegre e Caxias do Sul, grandes consumidores de chapas de aço é muito importante. É preciso que façam isso acontecer. Não é um sonho de verão, mas uma necessidade que nossas empresas têm para se tornar competitivas”, destacou o presidente da AARS. A previsão é que as obras iniciem no primeiro trimestre do ano que vem. Ainda faltam etapas como a conclusão de estudos de impacto ambiental e a mudança do Plano Diretor do município de Arroio do Sal, que devem ser concluídos ainda em 2022.
Correio do Povo