As chuvas desta semana trouxeram alento aos produtores de trigo do Noroeste do Estado. Em toda a região havia preocupação crescente com a estiagem que já ameaçava algumas lavouras.
Em Ijuí, o presidente do Sindicato Rural, Ercio Luiz Eickhoff, diz que a chuva sinaliza condições positivas para a colheita. “Tivemos geadas muitos fortes (neste inverno), com temperaturas abaixo de zero, que não eram comuns na região”, recorda. “Como o trigo estava num estágio pouco avançado, não houve muito prejuízo, mas a estiagem acabou prejudicando o desenvolvimento da planta”, complementa.
Segundo Eickhoff, os agricultores trabalham com a expectativa de colher em torno de 50 a 60 sacas por hectare, mas, dependendo do clima, há potencial para mais. “Em nossa região, todas as lavouras têm tecnologia avançada”, afirma. Eickhoff recorda que no ano passado a geada prejudicou a floração. “No final, tivemos produtividade menor, mas com uma qualidade de grão que nunca havia acontecido na nossa região”, comenta, referindo-se aos resultados dos pacotes tecnológicos usados.
Na região de Santa Rosa, o gerente regional da Emater/RS-Ascar, José Vanderlei Waschburger, constata que a chuva chegou em um momento crítico para os agricultores, que não estavam conseguindo aplicar a adubação nitrogenada, muito importante para a cultura. “Também houve dias de calor e vento, o que ajuda a diminuir a umidade do solo”, relata.
Para o presidente do Sindicato Rural de Cruz Alta, Daniel Jobim Badaraco, a chuva trouxe alívio, mas não foi suficiente para recuperar todas as perdas. “Em alguns locais, as chuvas torrenciais causaram erosão nas áreas plantadas. Nossa esperança agora é que sejam mais frequentes e que o volume se normalize”, diz.
Patrícia Feiten