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Especial

Cresce a ociosidade nos frigoríficos gaúchos

Número de abates caiu de 11 mil cabeças de bovinos por dia em dezembro para 7 mil neste mês de fevereiro

Os frigoríficos gaúchos não têm encontrado dificuldades para comprar matéria-prima, porém a redução no consumo de carne bovina desde o final de dezembro impactou de forma drástica nos abates. É o que garante o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Ronei Lauxen. Segundo ele, os abates, que até dezembro ficaram entre 10 mil e 11 mil cabeças por dia, despencaram desde janeiro para uma média de 7 mil cabeças por dia. 

A valorização do boi no último ano, acima de 30%, conforme Lauxen, obrigou a indústria a fazer repasse semelhante a seus preços no atacado. “Isso teve um reflexo enorme no consumo, reduzindo em um terço a demanda normal”, observa. Fatores como a interrupção do auxílio emergencial, o prosseguimento da pandemia e das regras de isolamento e os altos índices de desemprego, diz o dirigente, são os responsáveis pelo agravamento da situação. Ele ressalta, entretanto, que a queda na oferta do boi gordo é uma realidade desde o ano passado, em razão do alto volume de exportações de bovinos pelo Estado, inclusive de animais vivos.

Acompanhamento feito pelo Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro), da Ufrgs, demonstra a evolução do preço do boi, tanto no peso vivo quanto no peso carcaça, entre janeiro de 2020 e o mesmo mês de 2021. O quilo do boi vivo, que em janeiro do ano passado era em média R$ 6,62, chegou no primeiro mês de 2021 a R$ 9,05. Na carcaça, onde o cálculo é feito sobre o peso do animal abatido, o preço pulou de R$ 13,52, em janeiro de 2020, para R$ 17,05. 

O economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, explica que a escassez de bovinos ocorre em todo o território brasileiro, em função, principalmente, da demanda pela carne brasileira no exterior. A redução no consumo, afirma, também tem explicação econômica. “Se a economia vai mal, e a queda no PIB nacional demonstra isso, o consumo de carne bovina cai”, observa. 

Nereida Vergara