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Verão

Especial

Cresce busca por alternativas ao crédito oficial

Sem anúncio de recursos subsidiados para investimento, procura por consórcios de maquinas agrícolas surpreende na Agrishow

| Foto: Leandro Carvalho /Sicredi / CP

O Sicredi observou um aumento de 90% nas propostas de negócios acumuladas nos primeiros dois primeiros dias da 28ª Agrishow, em relação ao mesmo período da feira no ano passado. O dado foi divulgado ontem pelo diretor executivo de Crédito do Sicredi, Gustavo Freitas, durante a exposição que ocorre até sexta-feira, dia 5, em Ribeirão Preto (SP). Chama a atenção que praticamente a metade do total negociado pela instituição (R$ 225 milhões) ocorreu na modalidade de consórcio.

A opção foi aberta este ano pelo banco, explica Freitas, e surpreendeu pela alta procura. “A gente colocou essa opção pensando em quem pode esperar pelo investimento, não pagando juros, pagando basicamente só o valor da máquina. Mas aí, ele (o produtor) não pode ter urgência”, diz. A modalidade foi tão bem aceita que já responde pela mesma proporção de protocolos destinados ao crédito propriamente dito. 

O desempenho é atribuído, primeiramente, à paulatina diminuição das linhas de financiamento subsidiadas. “Para o grande produtor, por exemplo, a tendência é não ter mais nenhum tipo de linha com taxa subvencionada, porque a gente não tem capacidade fiscal de bancar um volume maior de recursos. Então, ano após ano, o número de recursos controlados cresce numa taxa pequena e o número de livres explode”, explica. Outra motivação está nas altas taxas de juros praticadas no mercado, que oscilam entre 13,7% e 15% ao ano, “O associado que pode esperar vai usar, cada vez mais, consórcio e outras modalidades sem esses juros”, constata o executivo. 

Segundo o gerente de Desenvolvimento de Crédito do Sicredi, Gilson Nogueira Farias, o banco tem R$ 5 bilhões disponíveis para financiamentos na feira, e as propostas de negócios são feitas, pela segunda vez na feira, pelo aplicativo DigiAgro. Em 2022 foram captados R$ 30 milhões em propostas. 

Os bancos de fábrica também são uma opção à falta de recursos para investimento e fazem com que o mercado de máquinas e implementos agrícolas não pare. Contudo, ainda não conseguem oferecer taxas mais atrativas. “A nossa agricultura é extremamente eficiente e o que a gente busca é previsibilidade”, enfatiza o vice-presidente da New Holland, Eduardo Kerbauy.

Por isso, mesmo com a oferta de crédito privado via o banco CNH Industrial, o dirigente considera que o Mordefrota é extremamente necessário. “A não divulgação (da suplementação orçamentária) faz com que algumas decisões do nosso cliente demorem um pouco mais, até que eles tenham a visão completa da linha de financiamento” destaca.

A morosidade na compra se dá, principalmente, pelo volume de capital empenhado na compra. “Você não faria um investimento de R$ 200 mil, R$ 250 mil, R$ 1 milhão, se não tivesse todas as ferramentas financeiras na mão”, exemplifica. Por isso, Kerbauy defende a previsibilidade no aporte dos recursos oficiais.

“Tudo bem que a taxa de juros não seja a mais atrativa e os valores não cubram todo o mercado, mas, pelo menos, que a gente saiba, com alguma organização, quando o financiamento chega”, enfatiza.

Camila Pessôa