Para trabalhar melhores margens de ganhos, Neves recomendou que o sojicultor faça mais uso das tecnologias, aumente a integração de atividades na propriedade, reduza o endividamento e trabalhe de forma compartilhada para construir escala. Para obter melhor produtividade, a dica do agrônomo Antônio Luis Santi, é que o produtor corrija os problemas de manejo que, segundo ele, atingem cerca de 30% da área das lavouras. Segundo previsão de Santi, pelo menos 2,2 milhões de hectares de soja dos 5,7 milhões semeados na safra de 2017/2018 tem rendimento comprometido por conta de negligências cometidas no sistema de plantio direto, considerado uma das maiores revoluções agrícolas da história. “Tivemos anos promissores, e acabamos desacelerando cuidados que deveríamos ter mantido”, alertou Santi.
Na atual safra, segundo a Conab, os gaúchos devem colher, em média, 51 sacas de soja por hectare. “A falta de qualidade do solo gera zonas de baixa produção e o produtor fica num limite de risco entre empatar ou nem alcançar os custos de produção”, acrescenta Santi. Para o coordenador técnico da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), agrônomo José Ruedell, o que falta hoje é o produtor viabilizar a rotação de culturas. “As ameaças de plantas daninhas, de pragas, de doenças, de compactação do solo, de baixa taxa de infiltração de água no solo seriam superadas com o plantio direto”, ensina.
Cíntia Marchi