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Verão

Especial

Sistemas florestais são aliados para agricultura de baixo carbono

Fórum na Expodireto Cotrijal abordou ações desenvolvidas no Estado

| Foto: Maria Eduarda Fortes / CP

No quarto dia da Expodireto Cotrijal, a dinâmica das florestas e sua relação com o Plano ABC+RS esteve no centro dos debates do 16º Fórum Florestal do RS. O foco principal girou em torno do balanço de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no sistema de produção de erva-mate, espécie florestal com potencial para redução de emissões. O coordenador do Comitê Gestor do ABC+ RS e pesquisador da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Jackson Brilhante, falou sobre o trabalho realizado no Estado. O fórum teve ainda participação do diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera, e do coordenador dos programas de erva-mate e café da Fundação Solidariedade, Gabriel Dedini.

Brilhante falou sobre as metas do Plano ABC, plano estadual lançado no ano passado, e mostrou as ações do Departamento de Pesquisa e Diagnóstico Agropecuário (DDPA) relacionadas com o balanço de emissões de GEE. O pesquisador informou sobre uma coleta já feita e submetida a um analisador de GEE portátil adquirido recentemente pelo governo estadual que mede os fluxos dos gases metano, óxido nitroso e dióxido de carbono e quantifica as emissões, além de permitir estimar os teores de carbono no solo e nas plantas.

Brilhante lembrou que o Rio Grande do Sul passou por três anos consecutivos de estiagem, afetando o sistema produtivo a pleno sol e minimizando perdas no sistema sombreado. O DDPA busca quantificar as emissões, a contribuição da erva-mate na mitigação de GEE e medir a contribuição de sistemas sombreados para a resiliência produtiva. “Temos o feeling de que o sistema sombreado reduz perdas em situações climáticas extremas, mas ainda não sabemos o quanto retém mais umidade e minimiza o calor extremo”, disse. Conforme o servidor público, a pesquisa do DDPA já observou que a erva-mate, assim como outras espécies florestais, tem capacidade de oxidar metano. “Por ser ambiente florestal como as matas nativas, as plantas de erva-mate são sumidouros de metano, oxidam o metano que está ali. A gente instala o equipamento e percebe que a concentração vai diminuindo, o que significa que aquelas bactérias metanotróficas oxidam metano”, afirmou.

A primeira coleta de material para análise foi feita no mês passado. “Vamos coletar a cada 20 dias para fechar um ano e ver as variações de emissões ao longo do período. É lógico que as emissões por si só não querem dizer muita coisa, e vamos também coletar amostras de solo”, explicou. O equipamento adquirido pela Seapi avalia o fluxo de gases da superfície do solo para a atmosfera, uma parte do trabalho de balanço de carbono. Amostras de solo serão submetidas a análises laboratoriais com o novo conjunto de equipamentos.

Emater

O diretor técnico da Emater abordou o trabalho da assistência técnica e extensão rural oficial do Estado com os produtores rurais para implementar ações para a agricultura de baixo carbono. Conforme Baldissera, o agricultor está cada vez mais consciente de que deve produzir cada vez mais com menor custo e mitigando impactos ambientais. “De modo geral, o Rio Grande do Sul começa a olhar para os biomas e utilizá-los com estratégias importantes de convivência com sistemas agroflorestais”, frisou.

Segundo Baldissera, o Fórum Florestal do RS tem em seu histórico o debate de temas importantes sobre o cultivo de florestas e a estratégia de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Agora, entram em pauta as iniciativas do Plano ABC+RS e a adaptação às mudanças climáticas para consolidar a agricultura de baixo carbono. “O mundo todo olha para a agricultura e as emissões de baixo carbono. O setor de silvicultura tem muito a contribuir com os sistemas de produção”, destacou. O diretor apresentou ações em execução em cultivo florestais, como aproveitamento adequado de madeira, produção de alimentos consorciados com sistema agroflorestais, conservação de mananciais e Áreas de Preservação Permanente (APP), entre outras atividades.

“Existe uma caminhada importante. Os agricultores estão se dando conta de olhar para a propriedade com olhar sistêmico, de que as áreas de produção animal e vegetal têm um comportamento diferente conforme a região”, disse. Para Badissera, nas regiões produtoras de grãos é preciso olhar para as áreas de Reserva Legal e APPs também como áreas de sistemas agroflorestais de produção de alimentos estratégicas para melhorar a produção e a produtividade e conservar o ambiente, promovendo o sequestro de carbono. Para o diretor da Emater, há uma importante missão de dar visibilidade às ações já executadas. “Existe muita coisa boa que o agricultor faz, especialmente no sistema agroflorestal. A questão é comunicar e partilhar com os outros produtores.

Itamar Pelizzaro