A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção brasileira de arroz na safra 2020/2021 seja de 12 milhões de toneladas, 7,2% a mais do que o colhido no último ciclo. Caso este volume se confirme, o presidente da empresa pública, Guilherme Bastos, projeta que os preços pagos pela saca do produto em casca na entrada da próxima safra, em março, ficarão em torno dos R$ 65. O valor estimado representa uma queda expressiva diante das cotações praticadas nas últimas semanas, acima dos R$ 100, mas é bem superior ao que os orizicultores estavam acostumados na largada da comercialização. Em março de 2019 e de 2020, por exemplo, o preço da saca era de R$ 39 e de R$ 49, respectivamente, abaixo dos custos de produção levantados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Os números foram apresentados por Bastos hoje, durante programação da Expointer Digital. Ele acredita que o aumento do consumo de arroz pelos brasileiros, como um dos efeitos principais da pandemia do coronavírus, seguirá no próximo ano comercial. Afirma que a tendência é que sejam consumidas 11,2 milhões de toneladas, 400 mil toneladas a mais do que no ciclo 2019/2020, como um legado de novos hábitos alimentares.
Segundo estimativa da Conab, o estoque final do ciclo 2019/2020 será de 537 mil toneladas, enquanto que o volume final armazenado na safra 2020/2021 será de 820 mil toneladas do grão. “Apesar da projeção de um estoque maior, nossa expectativa é que o consumo dará certa sustentação aos preços do arroz”, informa Bastos.
Cíntia Marchi